Cabo de guerra

Grupo da "lava jato" na PGR pede afastamento para ajudar Curitiba

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26 de junho de 2020, 21h25

Fernando Frazão/Agência Brasil
O procurador Deltan Dallagnol se movimenta para impedir investigação
Fernando Frazão/Agência Brasil

Em mais um capítulo da trombada da "força-tarefa da lava jato" com a Procuradoria-Geral da República, quatro procuradores que cuidam dos casos de Curitiba em Brasília decidiram retirar-se das funções no grupo de trabalho. São eles Hebert Reis Mesquita, Luana Macedo Vargas, Maria Clara Noleto e Victor Riccely Lins Santos.

O grupo de trabalho da força-tarefa na PGR é responsável por conduzir os inquéritos que envolvem autoridades com prerrogativa de foro investigados pela operação. Entre uma de suas atribuições está a de negociar acordos de colaboração premiada. Nos bastidores, a interpretação é a de que os procuradores em Brasília se negaram a investigar a "força tarefa" do Paraná — que estão sob a suspeita de prática de fraudes na apelidada "lava jato".

Segundo o jornal O Globo, o afastamento foi motivado pelas discordâncias com a coordenadora do setor, a subprocuradora-geral da República Lindora de Araújo, e com a gestão do procurador-geral da República, Augusto Aras.

A rebelião se deu porque a PGR passou a investigar irregularidades e fraudes praticadas pela "força-tarefa" de Curitiba. Em vez de se defenderem, os procuradores partiram para o ataque.

Para omitir informações sobre seus métodos de trabalho, os procuradores afirmaram que a subprocuradora-geral da República Lindora Maria Araújo — responsável pelo acompanhamento de processos da "lava jato" em Brasília — quis ter acesso a procedimentos e bases de dados da operação "sem prestar informações" sobre a existência de um processo formal para isso ou o sobre o objetivo da medida. Eles também disseram que ela pediu a liberação de um sistema usado no Paraná para gravar conversas telefônicas.

O procurador Deltan Dallagnol, alegou que seria preciso formalizar o pedido de dados — que foram solicitados formalmente, por ofício. Segundo ele, a cautela seria para evitar questionamentos e arguição de nulidades. Assim, os procuradores decidiram fazer uma consulta à Corregedoria sobre o objetivo da requisição, afirmou a TV Globo.

Em nota, Lindora Maria Araújo disse que a visita foi previamente agendada e visava à obtenção de informações sobre o atual estágio das investigações e o acervo da força-tarefa.

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