Opinião

Como a inovação no Judiciário tem instigado a pensar o mundo pós-pandemia

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23 de julho de 2020, 17h06

Pedagogia da Solidariedade, pelo ministro do STF Edson Fachin, Constitucionalismo Fraterno, pelo ex-ministro do STF Ayres Britto, Capitalismo Humanista, pelo professor Ricardo Sayeg, e Princípio da Fraternidade, pelo ministro Reynaldo da Fonseca, foram alguns dos relevantes temas levados a reflexão durante o primeiro e segundo webinários realizados pelo Laboratório de Inovação da Justiça Federal do Rio Grande do Sul — iNOVATCHÊ.

Juízes e servidores dedicados a esse novo espaço disruptivo, inaugurado em abril de 2019, junto ao judiciário federal gaúcho, estão efetivamente concretizando os valores preconizados pelos renomados juristas que tiveram assento nos primeiros dois eventos, realizados recentemente nos dias 13 de maio e 25 de junho, unidos pelo propósito genuíno de minimizar os efeitos da pandemia, por meio da destinação de doações aos afetados pela pandemia do coronavírus Covid-19.

Esse nicho de inovação, fruto de movimento mundial que incipientemente emerge no setor público, nasceu da imensa vontade de contribuir com a Instituição, por meio do auxílio à resolução de desafios de forma mais rápida, efetiva e desburocratizada. Para tanto, seguindo as tendências de instituições de ponta, contou com a capacitação de laboratoristas em metodologias como “Design Thinking”, Metodologias Ágeis e de Gestão de Processos, todas baseadas em preceitos como diversidade, horizontalidade, construção colaborativa de soluções, testagem e, principalmente, com foco no ser humano.

Nesse espectro a sensibilidade em poucos dias após o distanciamento social, o fechamento de fronteiras e de estabelecimentos aflorou no Projeto Voronoy-Delaunay que construiu uma rede de solidariedade, com duas frentes de obtenção de recursos — o Direito Solidário (Re)Cursos para o bem — promove webinários e comercializa cursos jurídicos — e a Cuia Solidária — capta recursos por contribuições mensais e eventos nativistas —, que já beneficiou 60 entidades filantrópicas por meio da entrega de 9 toneladas de alimentos e material de higiene aos afetados pela pandemia[1].

Para além de contribuir decisivamente de forma material, o Projeto trouxe ao público, de forma gratuita e disponível em plataforma aberta[2], a compreensão, reflexão e debate sobre os contornos da crise sanitária no “1º Webinário Covid-19: embates globais” que contou com expoentes da academia, para o entendimento sobre o histórico de crises sanitárias no mundo; da diplomacia, para examinar a origem e situação vivenciada na China; e do campo jurídico e filosófico, integrando advocacia e magistratura, na análise sobre a globalização da crise humanitária, a cooperação para o enfrentamento dela, o ideal de reconstrução no pós-pandemia e as bases da soberania estatal diante da afetação do maior valor universal que é a vida humana.

Por ocasião do 2º Webinário Covid-19: embates humanos o foco por entendimento e cooperação entre desiguais foi enaltecido, por juristas, filósofos, historiadores e educadores de nível nacional e internacional, para a busca de maturidade no enfrentamento das mazelas humanas, a repressão aos crimes da alçada do Tribunal Penal Internacional e a construção de consensos para o progresso da humanidade.

Nesta quinta-feira (23/7), o 3º Webinário Covid-19 foi ao ar, com o tema “Reconstrução Solidária e Sustentável” e contará com a presença de grandes nomes do cenário educacional, jurídico e de inovação. Saiba mais pelo site: https://www2.jfrs.jus.br/webinario3.


[2] Disponível todos os eventos realizados pelo iNOVATCHÊ em: https://www.youtube.com/channel/UCrFwRdBK8od1KQJJxIUg6TQ

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