Direito de defesa

Serra critica "espetacularização" e diz que jamais foi ouvido sobre o caso

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21 de julho de 2020, 15h33

O senador José Serra (PSDB-SP), 78, afirmou em nota que foi surpreendido por mais uma operação da Polícia Federal contra ele na manhã desta terça-feira (21/7).

Agência Senado
Agência Senado

Além de negar as acusações, diz que jamais foi ouvido sobre o caso. O ex-governador afirma que a decisão da Justiça Eleitoral foi "baseada em fatos antigos" e em investigação até então desconhecida por ele e por seus advogados.

Ainda diz lamentar a "espetacularização que tem permeado ações deste tipo no país" e reforça que "jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública".

Por fim, o senador diz confiar no Poder Judiciário e "espera que esse caso seja esclarecido da melhor forma possível".

A Polícia Federal deflagrou nesta manhã a operação paralelo 23, ligada à suspeita de caixa dois na campanha do senador nas eleições de 2014. A PF prendeu José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp, do setor de planos de saúde.

A operação também incluía cumprimento de mandado de busca e apreensão no gabinete de Serra em Brasília, mas a diligência foi barrada pelo Senado e depois suspensa pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

Eis a nota oficial divulgada pela assessoria do senador:

O senador José Serra foi surpreendido esta manhã com nova e abusiva operação de busca e apreensão em seus endereços, dois dos quais já haviam sido vasculhados há menos de 20 dias pela Polícia Federal. A decisão da Justiça Eleitoral é baseada em fatos antigos e em investigação até então desconhecida do senador e de sua defesa, na qual, ressalte-se, José Serra jamais foi ouvido.

José Serra lamenta a espetacularização que tem permeado ações deste tipo no país, reforça que jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública e sempre pautou sua carreira política na lisura e austeridade em relação aos gastos públicos. Importante reforçar que todas as contas de sua campanha, sempre a cargo do partido, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Serra mantém sua confiança no Poder Judiciário e espera que esse caso seja esclarecido da melhor forma possível, para evitar que prosperem acusações falsas que atinjam sua honra.

Eis a nota oficial do presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi:

O PSDB de São Paulo reitera sua confiança no senador José Serra, pautada nos mais de 40 anos de uma vida pública conduzida de forma proba e correta. Mantemos nossa confiança no poder judiciário e no esclarecimento dos fatos.

Eis a nota oficial da Qualicorp:

"A nova administração da companhia informa que adotará as medidas necessárias para apuração completa dos fatos narrados nas notícias divulgadas nesta manhã na imprensa, bem como colaborará com as autoridades públicas competentes."

Eis a nota do advogado Celso Vilardi, que defende Seripieri Filho:

"É injustificável a decretação de prisão temporária de José Seripieri Filho. Os fatos investigados ocorreram em 2014, há seis anos portanto, não havendo qualquer motivo que justificasse uma medida tão extremada. Os colaboradores mencionados no inquérito não acusam Seripieri de ter feito doações não contabilizadas. Relatam que ele fez um mero pedido de doação em favor de José Serra e que a decisão de fazer a doação, assim como a forma eleita, foi decisão de um dos colaboradores. Portanto, não há qualquer razão ou fato, ainda que se considere a delação como prova (o que os tribunais já rechaçaram inúmeras vezes), que justifique medidas tão graves."

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