Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, anunciou nesta sexta-feira (17/7) que está passando por sessões de quimioterapia para tratar a recidiva de um câncer, mas disse que não pretende se aposentar.
Aos 87 anos, é a mais velha entre os membros do Tribunal. A eventual vacância de seu cargo pode dar ao presidente Donald Trump a oportunidade de nomear um novo juiz para a Suprema Corte e aumentar a maioria conservadora na instituição.
Em um comunicado divulgado pelo tribunal, a juíza relatou que um check-up realizado em fevereiro, seguido de biópsia, mostrou lesões cancerígenas em seu fígado. Explicou ainda que o tratamento quimioterápico, iniciado em maio, tem produzido resultados positivos.
Dos nove atuais membros do tribunal, cinco são considerados conservadores. Ginsburg é vista como uma magistrada liberal. Nomeada por Bill Clinton em 1993, foi responsável por votos importantes em decisões que expandiram direitos para mulheres e pessoas LGBT. Desde 1999, a juíza passou por vários tratamentos contra tumores nos pulmões, cólon e pâncreas.
O tratamento não tem impedido a juíza de acompanhar os casos nos últimos meses. Nas últimas semanas, a Suprema Corte americana tem barrado iniciativas de Trump.
No fim de junho, vetou o fim do Daca, um programa que facilita a residência de imigrantes que entraram de maneira ilegal nos EUA quando crianças e cresceram no país, e determinou que gays e transexuais não podem sofrer discriminação no trabalho.
Logo depois, a Suprema Corte decidiu retirar restrições ao aborto na Louisiana.
O tribunal também se negou a julgar dez apelações de casos relacionados ao porte de armas. Grupos armamentistas consideravam esses processos como um caminho para ampliar o escopo da 2ª Emenda e impedir estados de cercear a compra e o porte de pistolas e similares.