Atos antidemocráticos

Vox Populi: 63% dos brasileiros acreditam que Supremo deve investigar ataques

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14 de julho de 2020, 17h54

A maioria dos brasileiros acredita que o Supremo Tribunal Federal deve investigar os ataques antidemocráticos cometidos contra a Corte por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. O dado consta em uma pesquisa feita pelo Vox Populi divulgada nesta terça-feira (14/7). 

Dorivan Marinho/SCO/STF
Maioria acredita que STF deve investigar ataques

Segundo o levantamento, 63% dos entrevistados disseram que o STF está correto ao quebrar o sigilo e prender envolvidos em manifestações e em ameaças direcionadas aos ministros via redes sociais. Já 31% se posicionaram contra as investigações. Pessoas que não sabem ou não responderam somam 6%. 

No final de maio, o deputado Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang e outros operadores de Bolsonaro nas redes sociais foram alvos de mandados de busca e apreensão. 

As ordens cumpridas pela Polícia Federal partiram do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo. Os investigados seriam financiadores e fabricantes de notícias fraudulentas que têm como objetivo enfraquecer o Judiciário e o Legislativo para concentrar poderes nas mãos do presidente. 

O bote contra criminosos alcançou cinco estados e o Distrito Federal. Também são investigados deputados federais e estaduais que trabalham para desmoralizar o STF e o Congresso com falsas acusações. Moraes determinou a quebra do sigilo bancário dos possíveis financiadores da rede fraudulenta. 

Outros investigados são o blogueiro Allan dos Santos, conhecido como "Terça livre" e a extremista Sara Giromini, uma das líderes da milícia armada autoapelidada "300 do Brasil". Ela chegou a ser presa, junto com outros membros do grupo, mas acabou solta por Moraes, que impôs a ela o uso de tornozeleira eletrônica.

"Perseguição" ao governo
Os entrevistados também foram consultados sobre se acreditam ou não que o Congresso, o Supremo, a oposição e a mídia perseguem Bolsonaro para atrapalhar o governo. 

Dentre eles, 63% disseram que não acreditam que exista perseguição contra o presidente; 33% disseram que há; e 3% não souberam responder ou preferiram não opinar. 

O levantamento foi encomendado pelo Partido dos Trabalhadores e ouviu 1,5 mil pessoas, por telefone, entre os dias 25 de junho e 3 de julho. A margem de erro é de 2,5%, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

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