Lavagate

TCU investigará monitoramento de telefonemas na 'lava jato'

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3 de julho de 2020, 21h15

Após representação do subprocurador Lucas Rocha Furtado, o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, determinou que se investigue a denúncia de que os procuradores da autointitulada "força-tarefa" da "lava jato" usaram aparelhos de monitoramento de ligações telefônicas que depois desapareceram.

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Procuradores da autodenominada "lava jato"
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O pedido do MP junto ao TCU foi provocado por reportagens da ConJur na última a sexta (26/6) e na segunda (29/6), que afirmavam que o consórcio de Curitiba adquiriu três sistemas Guardião, usado para monitorar ligações, mas que grande parte do acervo de gravações foi apagada no ano passado.

Bruno Dantas, relator do caso no tribunal, determinou que a Secretaria de Controle Externo da Administração do Estado verifique a veracidade das informações.

Também solicitou que o Ministério Público Federal forneça o número exato de todos os equipamentos que já foram adquiridos pela instituição em todo o país tanto para uso em ramais internos como para interceptações telefônicas.

Na representação, Furtado ainda pedia que se investigasse os critérios de distribuição dos processos da "força-tarefa" no Paraná, mas esse pedido foi arquivado pelo ministro.

Após a publicação da ConJur, pessoa ou pessoas que assinam como "força tarefa" divulgaram um release no site do Ministério Público Federal do Paraná negando as informações e chamando as reportagens publicadas nesta revista eletrônica de "fake news".

Em editorial, a ConJur reiterou cada palavra publicada nas reportagens e afirmou que as investigações da Procuradoria-Geral da República, da Corregedoria do MPF e os processos em curso no Conselho Nacional do Ministério Público esclarecerão os fatos.

Além das gravações irregulares, reportagem da Agência Pública, em parceria com o The Intercept Brasil desta semana, mostrou que procuradores da "lava jato" em Curitiba praticavam atos típicos de Estado, sem passar pelas autoridades brasileiras, diretamente com autoridades estrangeiras.

A relação entre a "lava jato" com autoridades americanas não é novidade, pois já tinha sido noticiada pela ConJur em 2018. O que as conversas divulgadas agora mostram é a amplitude dessa "colaboração", e como os procuradores que proclamam trabalhar pelo Brasil no combate à corrupção estavam mais próximos dos Estados Unidos do que das autoridades brasileiras.

Clique aqui para ler a representação
025.306/2020-0

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