Consultor Jurídico

Procon multa SBT por publicidade infantil no YouTube

13 de janeiro de 2020, 15h15

Por Redação ConJur

imprimir

O SBT foi multado em R$ 387 mil pela Fundação Procon por realizar inserções comerciais da marca de refrigerantes Dolly direcionadas às crianças em um canal do YouTube criado para a personagem Juju Almeida, interpretada pela atriz Maísa Silva.

Reprodução
Canal do apresentador Silvio Santos foi multado em R$ 387 mil por fazer propaganda irregular no  YouTube

A multa foi ocasionada por uma denúncia do programa Criança e Consumo do Instituto Alana — uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos — que denunciou a empresa anunciante ao órgão em 2017.

A ação multada consistiu na inserção de dois vídeos em comemoração ao Dia das Mães e ao Dia dos Pais com diversos elementos alusivos à marca Dolly. A empresa era citada nominalmente pelos personagens que ao final do vídeo cantavam o jingle da companhia.

Antes mesmo do início da exibição da novela infantil, a emissora de TV criou perfis nas redes sociais para a youtuber mirim fictícia, com o intuito de fazê-la interagir com os fãs. “A criança ainda não tem condições de distinguir o conteúdo de programação das mensagens publicitárias nele inseridas. A estratégia da emissora de criar um canal fictício no YouTube, como uma extensão de uma telenovela, com o objetivo de realizar publicidade infantil, desrespeita a legislação brasileira que protege a criança, inclusive, de exploração comercial”, ressalta Livia Cattaruzzi, advogada do programa Criança e Consumo.

Outros casos
Essa não é a primeira vez que o SBT é responsabilizado pela prática de publicidade infantil. O canal foi multado por promover ações de ações de merchandising na telenovela Carrossel, veiculada nos anos de 2012 e 2013. O SBT também recebeu multa de R$ 3,5 milhões da Senacon, em 2019, e foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo ao pagamento de danos morais coletivos à sociedade no valor de R$ 700 mil.

Recentemente o Ministério Público de São Paulo e o Google — empresa controladora do YouTube —  assinaram um termo de composição para extinguir ação civil pública que a Promotoria da Infância e da Juventude movia contra a companhia por propaganda irregular focada no público infantil.

Segundo o termo, o Google, em parceria Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), vai produzir uma cartilha de boas práticas com foco em publicidade infantil no ambiente digital. Com informações da assessoria de imprensa do Procon.