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"Sou radicalmente contra a transmissão das sessões do STF", diz Sérgio Bermudes

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22 de fevereiro de 2020, 11h35

O Escritório de Advocacia Sérgio Bermudes completou 50 anos no ano passado. Seu fundador, Sérgio Bermudes, tornou-se um dos mais influentes advogados brasileiros. Suas relações profissionais e de amizade espraiam-se pelo mundo artístico, da imprensa, da política, da economia e, claro, da Justiça.

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Com o passar dos anos, a banca virou parada obrigatória de candidatos ao Supremo Tribunal Federal, ao Superior Tribunal de Justiça e a outras cortes. Ter o apoio de Bermudes tem significado.

Em entrevista concedida à ConJur em 2018, Bermudes falou sobre o ofício do advogado, sua importância para a democracia, citou grandes nomes da profissão e defendeu a imprensa livre.

Também falou sobre o modelo de deliberação da Suprema Corte dos Estados Unidos, comparando-a ao do STF — primeira parte da entrevista, selecionada pela TV ConJur.

Para o advogado, a Suprema Corte daquele país é o melhor modelo de órgão jurisdicional, devido ao modo de comportamento do tribunal.

"São nove juízes e eles não dão entrevistas, não levam a público suas divergências. Ouvem a argumentação em público, mas deliberam em sessão fechada. E dizem as pessoas que conhecem os intestinos da corte que, quando eles se trancam e alguém passa em frente, tem a impressão de que eles estão se engalfinhando até fisicamente, pela quantidade de gritos, de afirmações. Mas, terminada a discussão, cada juiz aperta a mão dos outros, e então eles dão o resultado da deliberação e não há um relator para o acórdão. O presidente, que é o chief justice, designa um dos juízes para redigir o julgamento, a decisão", narra Bermudes.

Já o Supremo Tribunal Federal, aponta o advogado, extrapola suas funções em certos momentos. A seu ver, a Constituição Federal de 1988 "não deu ao Supremo o poder de fazer justiça em toda e qualquer situação, apenas organizou o Judiciário".

O advogado também diz ser "radicalmente contra" a transmissão de julgamentos pela televisão. A prática, em sua opinião, estimula o exibicionismo dos magistrados.

Confira abaixo o primeiro trecho da entrevista selecionado pela TV ConJur:

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