Consultor Jurídico

Projeto do TSE que combate fake news é reconhecido pelo Innovare

15 de fevereiro de 2020, 11h26

Por Redação ConJur

imprimir

As fake news não são um fenômeno novo, porém, durante as eleições presidenciais de 2018, elas se propagaram a níveis tão altos que o Tribunal Superior Eleitoral criou um plano de combate a informações falsas chamado Projeto de Enfrentamento à Desinformação. A ação já conta com 45 parceiros formais, entre partidos políticos, plataformas digitais e de serviço de mensagens. A ação foi finalista na categoria “Tribunal” do Prêmio Innovare 2019.

melpomen
melpomen

“Precisamos entender que o fenômeno das fake news é multisetorial, global e tem uma tendência à perenidade. E ele foi potencializado pelas novas tecnologias, em especial pela internet”, explica Ricardo Fiorese, juiz auxiliar da Presidência do TSE e coordenador do grupo gestor do programa.

Entre as entidades que apoiam a iniciativas estão o Ministério Público Federal (MPF), o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Tribunal de Contas da União (TCU), agências de checagem de fatos, o Google, o Facebook, o Twitter e o WhatsApp .

“Nas eleições de 2018, já sabíamos da grande intensidade do uso das notícias falsas, mas acreditávamos que haveria uma orientação melhor por parte dos partidos políticos para coibir o uso. No entanto, quando as fake news começaram a atingir até o próprio TSE, tivemos que agir rapidamente”, completou.

A campanha de esclarecimento do tribunal foi desenvolvida com base na atuação de um Comitê de Contrainformação formado por servidores da Assessoria de Comunicação, da Assessoria de Gestão Eleitoral (Agel) e da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) para monitorar e esclarecer informações falsas.

A ação de comunicação integrada gerou um site para esclarecimentos. Vídeos e spots de rádio em linguagem simples e direta colaboraram para facilitar o entendimento das mensagens, que foram disseminadas em diferentes plataformas e aplicativos de mensagens.

Painel Multissetorial
O TSE é um dos parceiros do Painel Multissetorial de Checagem de Informações e Combate a Notícias Falsas que foi lançado em junho pelo CNJ e pelo Supremo Tribunal Federal.

A ferramenta reúne organizações públicas e privadas com o intuito de combater a proliferação de notícias falsas e conteúdos inverídicos disseminados na internet e em redes sociais.

As notícias são checadas pelos jornalistas dos sites Aos FatosBoatos.OrgConJurJotaMigalhas e UOL-Confere. Outros portais, como o Jusbrasil e Jus Navigandi participão da veiculação das checagens.

A ação visa alertar os leitores e internautas sobre os perigos do compartilhamento de informações duvidosas, além de orientá-los como checar a veracidade das notícias que recebem. Os membros participantes contribuem em suas áreas de atuação e com as ferramentas que já dispõem.

Fake News
Em entrevista à ConJur, o presidente do STF e do CNJ, ministro Dias Toffoli, falou sobre as fake news e como a corte tem enfrentado essa questão e sobre o inquérito aberto de ofício pelo Supremo. Segundo Toffoli, a instauração do inquérito deu um resultado imediato: mais de 70% das fake news que rodavam as redes sociais envolvendo a corte e seus ministros desapareceram da noite para o dia.

"É exatamente como se retirasse um computador da tomada. Aquilo não era real. Era um computador ligado na tomada. Quando se fala em fake news, a tradução não é apropriada. Na verdade, a palavra fake no inglês tem o sentido de fraudulento. No português, tem sentido de falso. Você pode dar uma notícia falsa sem nenhuma maldade, por algum equívoco de apuração. O que nós temos que combater é a notícia fraudulenta", afirmou.