Paraíso fiscal

Advogados ficam com quase R$ 20 milhões de dinheiro repatriado de Paulo Maluf

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6 de fevereiro de 2020, 20h26

A Prefeitura de São Paulo recebeu nesta quarta-feira (5/2) R$ 34 milhões que teriam sido desviados pelo ex-prefeito Paulo Maluf. A remessa foi autorizada pela Justiça da Corte Real das Ilhas Virgens Britânicas, do Reino Unido.

Alexey Stiop
Dinheiro de Maluf foi repatriado das Ilhas Jersey por determinação da Justiça local
Alexey Stiop

Segundo declaração do promotor Sílvio Marques ao G1, do total de US$ 13 milhões desviados e localizados, US$ 8,4 milhões foram devolvidos. O restante ficará para "as despesas processuais".

A ConJur entrou em contato com o Promotoria de Defesa do Patrimônio Público da Capital para ter mais detalhes sobre as custas processuais.

Conforme informação oficial, do montante recuperado de US$ 13 milhões, US$ 4,6 milhões (ou quase R$ 20 milhões pelo câmbio atual) ficaram com três advogados, que administravam duas empresas offshores.

Offshores são empresas em paraísos fiscais que nem sempre são ilícitas, mas podem ser usadas para lavagem de dinheiro, evasão fiscal e fraude.

O Órgão ligado ao Ministério Público de São Paulo não informou o nome nem a nacionalidade dos advogados porque, segundo o órgão, o processo corre em segredo de Justiça.

A repatriação dos recursos de Maluf no paraíso fiscal foi determinada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, em 2014.

Também foram determinadas a repatriação de valores bloqueados em contas na Suíça, em Luxemburgo e na França. O Supremo condenou o ex-prefeito a sete anos de prisão em 2017 por lavagem de dinheiro. 

Parte dos recursos de Maluf no exterior teriam sido desviados da construção da avenida Água Espraiada — atualmente batizada de avenida Jornalista Roberto Marinho —, que foi construída na época em que ele era prefeito de São Paulo (1993-1997).

O total recuperado pela Promotora de Justiça e Prefeitura de São Paulo até o momento atingiu cerca de US$ 120 milhões.

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