Suprema imunização

Após pedido de reserva de vacinas contra Covid, Fux exonera secretário do STF

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28 de dezembro de 2020, 15h48

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, exonerou o médico Marco Polo Dias Freitas, secretário de Serviços Integrados de Saúde da Corte. A decisão foi tomada depois de o diretor-geral do tribunal, Edmundo Veras dos Santos Filho, assinar um ofício solicitando à Fiocruz que 7.000 doses de vacinas contra a Covid-19 fossem reservadas para ministros e servidores do STF. Segundo o documento, a secretaria de Freitas seria responsável por coletar e distribuir as vacinas.

Nelson Jr./SCO/STF
Exoneração foi assinada domingo por Fux
Nelson Jr./STF

A exoneração, assinada por Fux neste domingo (27/12), vale a partir desta segunda-feira (28/12). O ministro afirmou à CNN que estava sendo alvo de críticas desde que o pedido de reserva veio a público. Também disse que não autorizou a solicitação e que sequer foi informado dela. 

A reserva já havia sido negada pela Fiocruz, que informou não ter autonomia "nem para dedicar parte da produção" para a imunização de seus próprios servidores. Também disse que todas as vacinas serão destinadas ao Ministério da Saúde. 

No último dia 23, dias depois do ofício ser enviado à Fiocruz, Fux defendeu a reserva de vacinas, em entrevista à TV Justiça. "Nós, por exemplo, fizemos um pedido de toda forma delicada, ética, um pedido, dentro das possibilidades, que quando todas as prioridades forem cumpridas, de que também os tribunais superiores — que precisam trabalhar em prol da Covid — tenham meios pra trabalhar. E para isso precisa vacinar. Não adianta vacinar os ministros e não vacinar os servidores. A difusão da doença seria exatamente a mesma", afirmou na ocasião.

Nesta segunda, no entanto, o ministro disse à CNN que, ao defender a reserva, não sabia da existência do ofício encaminhado à Fiocruz e que não pediu que os ministros e servidores da Corte fossem priorizados. 

A Secretaria de Serviços Integrados de Saúde, que era comandada por Freitas, ficaria responsável pela realização da campanha de vacinação no Supremo e, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, um servidor retiraria as doses nas dependências da Fiocruz, caso a solicitação fosse aceita. 

Formado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Freitas tem especialização em geriatria, mestrado em clínica médica, doutorado em Ciências da Saúde e pós-graduação em saúde baseada em evidências. Era médico clínico do STF desde 2009 e assumiu a secretaria em agosto de 2014.

*Notícia atualizada às 22h26 de 28/12 para correção de informações.

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