O número de assassinos em série (serial killers) subiu progressivamente dos anos 1900, quando havia 72 deles (49 só nos EUA), até a década de 1980, quando atingiu o pico de 985 (768 nos EUA). Da mesma forma, ele vem decaindo, também progressivamente: na década de 2010, foram conhecidos apenas 230 serial killers (117 nos EUA, 113 em todos os outros países).

O ano de pico foi 1987, quando os EUA lidavam com 198 assassinos em série. Esse número caiu para 43 em 2015 e para apenas dois em 2019, segundo estatísticas provenientes do banco de dados da Radford University e da Florida Gulf Coast University.
Um relatório com esses dados, que acabou de ser divulgado pelas universidades, informa que a definição de assassinato em série é a usada pelo FBI desde 2005: "o ato de matar ilegalmente duas ou mais vítimas, perpetrado por um mesmo criminoso, em eventos separados".
Na década de 1900, 62,5% dos assassinos em série eram homens e 37,5% eram mulheres. O número de homens cresceu progressivamente. Na década de 1970, 94,5% eram homens e apenas 5,5% eram mulheres. Na década de 2010, 93% eram homens e 7% mulheres.
Em outros países do mundo, houve uma inversão progressiva no percentual de assassinos em série por sexo. Na década de 1900, 39,1% eram homens e 60,9% eram mulheres. Na década de 1970, 94,4% eram homens e apenas 5,6% eram mulheres. Na década de 2010, 92% eram homens e 8% eram mulheres.
Em termos de raça, o número de assassinos em série, no período de 1900 a 2019, era o seguinte: 53,7% eram brancos, 39,8% negros, 6,7% latinos, 0,9% asiáticos e 1% índios. Na década de 1900, 72,9% eram brancos, 25% negros e 2,1% índios (nenhum latino ou asiático). Na década de 2010 isso mudou: 30,8% eram brancos, 59,8% negros, 8,5% latinos e 0,9% asiáticos (nenhum índio).
O perfil mais comum do assassino em série, no período de 1900 a 2019: homem branco, na faixa etária de 20 a 30 anos.
Em termos de motivo dos assassinatos: por prazer de matar (36,86% no mundo, 31,76% nos EUA); ganho financeiro (29,59% e 30,14%); raiva (16,38% e 18,07%); múltiplos motivos (8,06% e 9,81%); atividade de gangue (4,83% e 6,30%), para evitar prisão (1,15% e 1,39%), cultos (0,94% e 0,73%); conveniência (1,12% e 0,63%); alucinações (0,59% e 0,66%), chamar a atenção (0,49% e 0,50%).
Os métodos comuns de matar são, pela ordem: tiro, estrangulamento, esfaqueamento, pancada, envenenamento e bomba. Mas as combinações de alguns desses métodos é alta. A maior parte dos assassinos em série matou mais de cinco pessoas, seguidos dos que mataram duas, três, quatro e cinco.
Assassinos em série por país
País |
Quantidade |
% do total |
% da população do mundo |
Coeficiente |
---|---|---|---|---|
EUA | 3.204 | 67,58% | 4,35% | 15,53 |
Inglaterra | 166 | 3,50% | 0,71% | 4,92 |
África do Sul | 117 | 2,47% | 0,74% | 3,34 |
Canadá | 106 | 2,24% | 0,49% | 4,59 |
Itália | 97 | 2,05% | 0,80% | 2,55 |
Japão | 96 | 2,02% | 1,70% | 1,19 |
Alemanha | 85 | 1,79% | 1,08% | 1,66 |
Austrália | 81 | 1,71% | 0,33% | 5,23 |
Índia | 80 | 1,69% | 17,81% | 0,09 |
Rússia | 73 | 1,54% | 1,93% | 0,80 |
França | 71 | 1,50% | 0,87% | 1,72 |
China | 57 | 1,20% | 18,56% | 0,06 |
México | 37 | 0,78% | 1,73% | 0,45 |
Brasil | 27 | 0,57% | 2,81% | 0,20 |
Áustria | 22 | 0,46% | 0,12% | 4,03 |
Hungria | 20 | 0,42% | 0,13% | 3,20 |
Espanha | 17 | 0,36% | 0,62% | 0,58 |
Polônia | 15 | 0,32% | 0,52% | 0,61 |
Escócia | 15 | 0.32% | 0.07% | 4.45 |
Países Baixos | 12 | 0.25% | 0.23% | 1.11 |
Suécia | 12 | 0.25% | 0.13% | 1.91 |
Os números não correspondem inteiramente à realidade, segundo os sites Atlantic e Discover, porque nem todos os homicídios são solucionados. Dados de 2017, por exemplo, indicam que a polícia resolveu 61,6% dos casos nos EUA. Ou seja, 38,4% dos casos ficaram fora das estatísticas — e não se sabe quantos deles foram assassinatos em série.
Razões do declínio
De qualquer forma, o fato é que o número de assassinos em série no mundo está em declínio. Para provar isso, há estatísticas. No entanto, para explicar as razões do declínio, há apenas especulações. A Discover entrevistou autoridades no assunto, que não dispunham de estudos, mas tinham suposições.
Uma delas é a de que ficou mais difícil para os criminosos se tornarem assassinos em série, por vários motivos, como: aumentou a eficiência da polícia, que agora dispõe de melhor tecnologia para coletar dados, compará-los e rastrear crimes em série; e as provas de DNA, que facilitam a identificação do criminoso.
Outra suposição é a de que as pessoas têm se tornado mais precavidas, são protegidas por câmeras de seguranças por todos os lados e dispõem de celular e GPS que ajudam a levantar suspeitas e localizá-las —consequentemente, localizando o criminoso. As crianças estão menos vulneráveis porque os pais estão tomando mais cuidados.
As penas de prisão são mais longas e a liberdade condicional mais difícil, o que reduz o número de casos e também desestimula os possíveis assassinos.
Uma observação: o número de assassinos em série está em queda, mas o número de "assassinos em massa" está em alta. No entanto, as motivações para um crime ou outro são bem diferentes.
Comentários de leitores
1 comentário
Brazil
O ESCUDEIRO JURÍDICO (Cartorário)
O Brasil também tem os seus "perturbados". E, como sempre, em fatos negativos, está sempre entre os primeiros.
"O mal do Brazil são os brazileiros"
Comentários encerrados em 28/12/2020.
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