Caso Dario Messer

MPF denuncia advogados e empresário que vendiam falso esquema de proteção

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18 de dezembro de 2020, 20h20

Divulgação
O doleiro Dario Messer
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O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro denunciou os advogados Antônio Augusto Lopes Figueiredo Basto, Luis Gustavo Flores e o empresário Enrico Vieira Machado por exploração de prestígio qualificada, tráfico de influência qualificado e associação criminosa.

O MPF sustenta que os denunciados venderam por quase sete anos à organização criminosa liderada pelo doleiro Dario Messer um falso esquema de proteção. Os advogados Antonio Augusto e Luis Gustavo também foram denunciados por lavagem de ativos, juntamente com Dario e Marco Antônio Cursini.

Na denúncia afirma-se que Antônio Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores receberam a título de "taxa de proteção", entre setembro de 2006 e março de 2013, US$ 50 mil mensais da organização de Dario. A taxa serviria supostamente para evitar investigações do MPF e PF e seriam destinadas a agentes públicos.

A tal taxa era cobrada a pretexto de impedir investigações do MPF e da Polícia Federal, alegando-se que os valores seriam destinados a agentes públicos. O dinheiro, contudo, permanecia com os denunciados e era enviado ilegalmente a uma conta na Suíça, em nome da empresa Big Pluto Universal — empresa offshore de fachada controlada por Antônio Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores. No total, foram recebidos US$ 3,9 milhões (US$ 50 mil mensais, por 78 meses).

O grupo de Messer pagaria a "taxa de proteção" em espécie aos advogados no Brasil a cada dois ou três meses. Depois, os advogados remetiam ilegalmente os valores ao exterior, por meio de operações dólar cabo, realizadas por Cursini. Entre 2008 e 2012 foram praticados 35 atos de lavagem de dinheiro pela remessa dos valores ilícitos ao exterior.

Cursini, um dos doleiros envolvidos no processo, teria pago R$ 400 mil a pretexto de impedir que ele fosse convocado para uma CPI. O dinheiro também seria destinado a agentes públicos, mas ficou com a dupla de advogados. O dinheiro acumulado ficou na conta de Figueiredo Basto e Luis Gustavo no exterior e 2008 a 2016.

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