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Governo envia plano de vacinação ao STF sem data de início e término em 16 meses

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15 de dezembro de 2020, 17h25

Em resposta a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, o Ministério da Saúde enviou à corte informações detalhadas sobre o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. O documento, no entanto, não informa previsão de início do plano, mas prevê que ele seja integralmente executado em 16 meses.

Palácio do Planalto
Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello esclareceu ao STF que ainda não há vacina à disposição no Brasil, o que afeta o plano
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Lewandowski é relator de duas ações de descumprimento de preceito fundamental e duas ações diretas de inconstitucionalidade que tratam da obrigatoriedade de vacinação contra a Covid-19. Essas ações serão julgadas nesta quarta-feira (16/12).

No último domingo (13/12), ele pediu previsão de início e término do plano de vacinação. O documento assinado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e também a manifestação da Advocacia-Geral da União informam que, até o presente momento, ainda não há vacina disponível para uso imediato no mercado brasileiro, o que, por evidente, é condição para sua disponibilização.

Existem quatro vacinas em fase 3 de testes — AstraZeneca, Jansen, Sinovac e Pfizer. Nenhuma delas solicitou registro ou autorização para uso emergencial. A vacinação dependerá de sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Gil Ferreira/Agência CNJ
Ministro Ricardo Lewandowski é relator de duas ADIs e duas ADPFs sobre o tema
Gil Ferreira/Agência CNJ

Registrada uma vacina ou autorizado o uso emergencial de um imunizante, o mesmo precisará ser comprado e entregue no Complexo de Armazenamento do Ministério da Saúde. A partir daí a previsão de distribuição para estados e Distrito Federal é de até cinco dias.

O governo estipulou quatro grupos prioritários, ainda não revelados e cuja regramento deve ser "constantemente aperfeiçoado", segundo a AGU. Para eles, a vacinação inicial tem previsão de 30 dias para cada. Ou seja, os prioritários serão vacinados ao longo de quatro meses.

A seguir, o Ministério da Saúde estima prazo de 12 meses para a vacinação da população em geral, o que dependerá da quantidade de vacinas adquiridas e disponibilizadas para uso. A previsão de completar o plano de vacinação é de 16 meses.

"É imprescindível salientar que, no que concerne ao término do plano, a indicação do prazo para aplicação da segunda dose será em conformidade com aquela prevista pelo bulário do produtor da vacina", esclareceu a AGU.

Clique aqui para ler o despacho da AGU
Clique aqui para ler o despacho do Ministério da Saúde
ADPF 756

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