Cresce o número de requerimentos de benefícios por incapacidade pela Covid-19
12 de dezembro de 2020, 16h13
Muito tem se falado a respeito da segunda onda da Covid-19. À espera de uma vacinação que venha solucionar esse incômodo e drástico problema, não só do ponto de vista médico, mas também social e econômico, a doença traz impactos em várias esferas da sociedade e, nesse contexto, não poderia ficar de fora os pedidos ao INSS para a concessão de benefícios por incapacidade.
Embora o segurado possa requerer o benefício de forma online, muitos não possuem condições técnicas para fazer seus pedidos e, por isso, fazem reiteradas solicitações para que estas sejam atendidas. Ademais, é necessário frisar que as análises são realizadas sem muita densidade, o que corrobora para um crescimento nas negativas de benefícios. Se antes muitas injustiças ocorriam, com segurados totalmente incapazes tendo seus benefícios negados, agora, com um diagnóstico menos minucioso, a situação se agrava.
Não são lendas as frequentes vezes em que segurados que tiveram seus requerimentos por incapacidade indeferidos no INSS vieram a falecer no curso da ação judicial por conta da enfermidade apresentada, e que foi entendida pela perícia como não suscetível ao reconhecimento da incapacidade, e, com a falta do atendimento presencial, esses pedidos têm tido negativas mais frequentes.
Ainda que haja argumentos no sentido de que a falta de atendimento presencial tem garantido mais celeridade à análise dos requerimentos administrativos, não se pode dizer que o resultado é alentador, pois o que se observa é uma negativa sistemática e ainda mais intensa no que se relaciona aos benefícios por incapacidade. Nas fundamentações de indeferimento desses referidos pedidos, impõe-se um rigor minucioso na análise técnica desses documentos, o que muitas vezes não se mostra possível para a maioria dos brasileiros e compatível com a realidade desses cidadãos, que dependem, precariamente, dos serviços públicos de saúde.
O resultado, também cenário da pandemia, é um maior número de pessoas doentes e com dificuldades em se manter, tanto do ponto de vista econômico como de saúde, e de ter seus direitos garantidos. Cresce-se o número de requerimentos desses benefícios, e, na mesma medida, crescem-se as injustiças.
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