Interceptação clandestina

Alvo de investigação que afastou Witzel foi condenado em 2006 por grampear Moro

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28 de agosto de 2020, 20h29

O advogado Roberto Bertholdo, preso nesta sexta-feira (28/8) no curso do processo que investiga irregularidades na área da saúde do Rio de Janeiro, foi condenado em 2006 por grampear o ex-ministro Sergio Moro, à época titular da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba.

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Bertholdo foi condenado em 2006 a 5 anos
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Na ocasião, o juiz Gueverson Rogério Farias, substituto na 2ª Vara, condenou Bertholdo a cinco anos e três meses de prisão, em regime semiaberto, por interceptação clandestina. Também foi fixada multa de R$ 576 mil. 

O advogado chegou a ser preso em 2005, após ser denunciado pelo Ministério Público. O benefício do semiaberto não chegou a lhe garantir liberdade parcial, já que Bertholdo estava preso preventivamente por suspeitas de lavagem de dinheiro e tráfico de influência. 

Previsto no artigo 10 da Lei 9.292/96, o crime de interceptação clandestina tem pena de dois a quatro anos. A condenação ultrapassou esse tempo porque houve delito continuado. Segundo o MPF, Bertholdo grampeou, entre 2003 e 2004, 41 conversas de Moro. 

O advogado voltou a ser detido nesta sexta, em caráter temporário, após a Polícia Federal cumprir 16 mandados de prisão expedidos pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça. Bertholdo teria assinado contratos superfaturados com o governo do Rio de Janeiro em nome da organização social Iabas.

Além das detenções, Gonçalves afastou o governador Wilson Witzel (RJ) de seu cargo. A ordem ocorreu no curso de operação que investiga corrupção em contratos públicos do executivo fluminense. 

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