A saúde das empresas

Diretores jurídicos discutem o impacto da crise no mercado

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21 de abril de 2020, 17h54

O papel do departamento jurídico nas empresas de setores essenciais, em estado de calamidade pública, foi o tema do seminário virtual do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), nesta terça-feira. O evento reuniu os diretores jurídicos da Pepsico, JBS, Dasa, VLI Logística e da BJL Participações. O vídeo está disponível no YouTube.

Conduzido pelo presidente do IREE, Walfrido Warde, o programa contou com a participação de Adriana Cardinali (Pepsico), Adriano Ribeiro (JBS), Ricardo Cavallo (BJL Participações), Milton Nassau (VLI Logística) e Walquiria Favero (Dasa).

Os gestores analisaram as mudanças comportamentais, a perspectiva de mudanças no pós-epidemia e o cenário negativo que se divisa para a saúde financeira das empresas com a queda brusca do mercado.

Para Milton Nassau, as circunstâncias exigem flexibilização e concessões das empresas para com seus clientes. “É preciso pensar a longo prazo”, recomendou. Adriano Ribeiro afirmou que, além de rigorosos protocolos e regras sanitárias, empresas como a JBS têm compromissos com a sociedade, mas também com seus empregados (que, no caso da JBS, somam mais de 120 mil no Brasil). “Uma empresa que produz alimento, proteína, é essencial em qualquer cenário. Garantir a sua manutenção é um papel social”, comentou.

Adriana Cardinali assinalou que a crise atual terá reflexos de longo prazo, com novos hábitos que trarão um novo consumidor. Já para Walquíria Favero, da Dasa, grupo que congrega laboratórios de análises clínicas, mesmo com grande volume de informações a respeito da epidemia, “há variáveis, como o tamanho e a duração do isolamento, que dificulta fazer projeções”. 

Favero chamou a atenção para o fato de que o impacto sobre o setor da saúde, diferente do que se pode imaginar, é grande. Ela estima em 40% o número de unidades de laboratórios de análises clínicas e hospitais fechados por falta de condições de arcar com os altos custos médicos da epidemia. Na sua previsão, desemprego e diminuição de renda redundarão em menos clientes na saúde suplementar.

Veja como foi o debate:

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