O advogado Luís Roberto Barroso tem pena do juiz Barroso
1 de abril de 2020, 15h06
"Eu não tenho nenhum prazer, nenhum gosto em exercer essa competência criminal. Detesto esse poder de poder decidir se alguém vai ficar preso ou não, mas inerente a esse poder está também o de salvar uma vida. Portanto, o advogado Luís Roberto Barroso tem uma certa pena de o ministro Luís Roberto Barroso não poder viver essa vida mais amena que é você ter um lado só. Eu tenho que olhar para dois lados e, às vezes, mais do que dois lados," disse em entrevista exclusiva à TV ConJur no último dia 10 de março.
Ministro do Supremo Tribunal Federal desde junho de 2013, Barroso diz que foi o melhor advogado que ele consegui ser. "Agora, procuro ser o melhor juiz que consigo ser. A cobrança ao juiz de quando ele era advogado é profundamente injusta, porque são papeis diferentes. Bons advogados, eu admiro todos eles — inclusive os criminalistas —, porque as pessoas têm uma certa arrogância de achar que nunca vão precisar de um, e eu não sou assim."
"A vida do advogado é dura, mas ela tem um componente mais fácil do que a vida de um juiz: o advogado só precisa julgar uma vez, no momento em que ele aceita ou não a causa. A partir dali, tem um dever jurídico de utilizar todas as possibilidades dentro da lei e da ética que aproveitem ao seu cliente."
"O juiz, que é essa vida que eu vivo só há seis anos, tem outros compromissos. Eu preciso respeitar os direitos fundamentais do acusado. É indispensável, mas o juiz também é o guardião da próxima vítima. Eu preciso evitar o próximo roubo, o próximo estupro, o próximo homicídio."
Desde o último dia 18 a TV ConJur veicula em seu canal no YouTube trechos da entrevista exclusiva concedida à revista eletrônica Consultor Jurídico, no último dia 10.
Leia aqui e aqui as entrevistas já publicadas e veja abaixo o quinto vídeo da série:
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