PEC prevê divisão de fundo constitucional do DF com o Rio de Janeiro
25 de setembro de 2019, 8h51
A Proposta de Emenda à Constituição 148/2019 determina que os recursos que hoje a União transfere para o Distrito Federal, para custear gastos com saúde, segurança pública e educação, sejam divididos com o Rio de Janeiro, que abrigou a capital do Brasil até 1960. O texto tramita na Câmara dos Deputados.
Pela proposta, as duas unidades da federação receberão os recursos por dez anos, quando então os repasses serão extintos. O texto foi apresentado pela deputada Clarissa Garotinho (Pros-RJ).
Atualmente, o Distrito Federal recebe os recursos da União via Fundo Constitucional do Distrito Federal, criado por lei em 2002. O dinheiro é usado, principalmente, para bancar salários de policiais, bombeiros, professores e profissionais da saúde. Este ano, o fundo deve receber R$ 14,3 bilhões.
Indenização pela transferência
Para a deputada, a divisão dos recursos entre as duas unidades é uma forma de compensar o Rio de Janeiro, cuja economia foi afetada com a transferência da capital para Brasília. “A transferência foi feita sem colocar em ação qualquer plano de compensações para o Rio, acionando uma bomba-relógio”, diz ela.
“O antigo Distrito Federal foi abandonado à própria sorte, sem qualquer perspectiva de futuro, após 197 anos na função de coração nacional”, declara Clarissa.
A deputada afirma ainda que os indicadores econômicos do Distrito Federal, como a elevada renda per capita, mostram que a unidade federativa já tem condições de se sustentar sem auxílio direto da União.
Tramitação
A PEC será analisada inicialmente pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, que fará o exame de admissibilidade da proposta. Se aprovada, ela será debatida e votada em uma comissão especial criada especificamente para esse fim. A etapa final na Câmara será a análise pelo Plenário. Com informações da Agência Câmara.
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