'Moro de saias'

Senadora Juíza Selma diz que parecer da PGR foi feito "sob encomenda"

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11 de setembro de 2019, 16h03

Um dia depois de a Procuradoria-Geral Eleitoral divulgar parecer favorável à manutenção da cassação do mandato da senadora Selma Arruda (PSL-MT), a ex-juíza federal, por meio de nota, disse que "há sério indicativo de que o documento já se encontrava pronto, por encomenda, ou que a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, não tivesse mais nada a fazer".

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Senadora do PSL teve o mandato cassado por caixa dois e abuso de poder econômico
Edilson Rodrigues/Agência Senado

No parecer, a PGE afirma que a decisão do TRE de Mato Grosso apresenta provas contundentes contra a senadora eleita no ano passado, e que não há motivos para acolher o recurso impetrados pela defesa da ré. Conhecida como "Moro de saias", foi condenada por caixa dois e abuso de poder econômico.

Em sua defesa, Selma Arruda divulgou a seguinte nota:

A senadora Juíza Selma esclarece que a manifestação da Procuradoria Geral da República não se trata de um pedido de afastamento imediato do mandato. A PGR tão somente manifestou-se nos mesmos termos do que foi decido pelo TRE-MT, no sentido de que o acórdão, se mantido, deve ser executado após o julgamento no TSE, independentemente da interposição de outros recursos.
A parlamentar também manifesta estranheza pelo fato de os autos terem ido ao Ministério Público Federal na data de hoje, 10/09, e o parecer, com 75 laudas, ter sido assinado pela PGR nesta mesma data, ou seja, 10/09.
Para a senadora, “há sério indicativo de que o parecer já se encontrava pronto, por encomenda, ou que a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, não tivesse mais nada a fazer, únicas hipóteses que justificariam tal concomitância”.

Procurada pela reportagem, a PGR informou que não irá se manifestar sobre a nota da senadora. Mas esclarece que, por meio do processo eletrônico, a instituição trabalha em pareceres durante o trâmite de embargos de declaração.

Clique aqui para ler o parecer do MPF

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