Fenalaw 2019

Gigantes multinacionais se reinventam após leis de dados

Autor

24 de outubro de 2019, 13h14

A Lei Geral de Proteção de Dados sancionada na Europa em 2016 é um paradigma na área. Dois anos depois, o Brasil fez sua legislação e, agora, em 2019m a preocupação com o trato das informações é um dos pilares da novíssima economia. O tema foi abordado por gigantes internacionais nesta quinta-feira (24/10) durante o segundo dia da Fenalaw, feira anual do setor jurídica sediada em São Paulo.

Flavia Mitri, diretora de privacidade para América Latina da Uber, ressalta que a empresa teve que aprender na dor. "Aprendemos errando muito, com muita multa, demissão e processos", lembra.

A executiva lembrou da falha de segurança de 2016 que expôs dados de 57 milhões de pessoas pelo mundo, entre motoristas e usuários. O episódio foi mais um elemento que ajudou a culminar na saída do CEO e fundador Travis Kalanik, em 2017.

"A empresa por muito tempo se preocupou só em crescer e não se importava com a privacidade. Com a mudança de CEO em 2017 e a preparação para abrir o capital na bolsa, a atenção foi voltada para o compliance. Daí se criou os programas internos, os cursos, os cargos de diretores de privacidade", lembra.

Atualmente, a empresa tem uma política: escolheu a legislação mais rigorosa de dados, adequou-se a ela e replicou esse mesmo padrão para todo os países onde atua. "Em muitos casos somos muito mais conservadores do que a legislação local exige", diz Flávia.

Google
Na mesma mesa de debate, Ieda Dutra, executiva do Google, informou que todos os funcionários da empresa têm treinamento de privacidade quando entram na empresa e reciclagens anuais.

"Além disso, estamos tentando criar uma cultura interna de que a privacidade não é uma barreira para a inovação", afirma.

Jornada eterna
Fernanda Bardi, diretora jurídica da Johnson e Johnson, conta do temor interno que as primeiras apresentações sobre leis de dados causaram ("o pessoal achava que teria parar de pesquisar ou até ser demitido") e como globalmente o tema afeta a companhia.

"Perguntamos para o pessoal da Europa se eles já estavam totalmente alinhados com a lei de dados deles. E eles disseram que não e que nunca estarão. Pois, no final das contas, é uma prática diária, uma jornada de estar sempre buscando se adequar".

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!