Pula balcão

Mensagens de agentes da PF mostram que Moro coordenava investigações

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19 de outubro de 2019, 12h51

Os procuradores da República e os agentes e delegados da Polícia Federal que trabalharam na operação "lava jato" foram coordenados pelo ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça. É o que mostram mensagens de Telegram obtidas pelo site The Intercept Brasil, divulgadas neste sábado (19/10).

Divulgação/Ajufe
Novas conversas mostram que Moro direcionava delegados da PF
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Segundo as mensagens, Moro orientou os investigadores sobre detalhes das operações, como a melhor forma de fazer os pedidos, ou a melhor ordem, e chegou até a dizer aos policiais o que apreender em diligências de busca e apreensão. "Russo [apelido de Moro entre os investigadores] deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém…hahaha", disse o delegado Luciano Flores aos colegas, no dia 27 de fevereiro de 2016.

A conversa se referia  ao ex-presidente Lula. Naquela época, discutia-se a nomeação de Lula para a Casa Civil do governo Dilma Rousseff. Com isso, o ex-presidente passaria a ter prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal, saindo do alcance de Curitiba.

No dia 16 de março daquele ano, duas semanas depois de ter autorizado a busca que ninguém pediu, Moro divulgou conversas grampeadas de maneira ilegal de autoridades com prerrogativa de foro para tentar impedir a nomeação de Lula para a Casa Civil. A nomeação foi anulada  pelo ministro Gilmar Mendes, que viu "desvio de finalidade" no ato. Fosse hoje, Gilmar não sabe se tomaria a mesma decisão, diante do que vem lendo das mensagens vazadas, conforme disse no programa Roda Viva, da TV Cultura.

Segundo a reportagem do Intercept deste sábado, Moro conduzia reuniões habituais com representantes da PF e do Ministério Público Federal para discutir os passos da operação. As conversas mais antigas a que o site teve acesso datam de 2015.

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