Dono do cofre

Chefe das verbas publicitárias propõe boicote a quem desagrada governo

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6 de outubro de 2019, 18h13

O chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, responsável pela distribuição de verbas para publicidade, sugeriu um boicote a publicações que desagradem à cúpula do governo federal.

Reprodução/Instagram
Fabio Wajngarten com o ministro Sergio Moro no "Programa do Ratinho", no SBT
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Depois do ministro Sergio Moro (Justiça) ir ao Twitter, foi a vez do chefe da Secom demonstrar irritação neste domingo (6/10) com a Folha de S.Paulo, em mensagem no Instagram.

O motivo é uma reportagem publicada neste domingo que informa que um ex-assessor do ministro do Turismo disse em depoimento que a candidatura de Jair Bolsonaro em 2018 se beneficiou das candidaturas laranja. 

Wajngarten não citou a Folha, mas passou seu recado. "Parte da mídia ecoa fake news, ecoa manchetes escandalosas, perdeu o respeito, a credibilidade, a ética jornalística. Que os anunciantes que fazem a mídia técnica tenham consciência de analisar cada um dos veículos de comunicação para não se associarem a eles, preservando suas marcas", disse no Instagram.

A reportagem provocou profundo desconforto no alto escalão de Bolsonaro. O ministro da Justiça, Sergio Moro, foi ao Twitter dizer que o presidente não está implicado de nenhuma forma no caso. Porém, não se pronunciou sobre o depoimento. 

No meio da semana, o Ministério Público de Minas Gerais ofereceu denúncia contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Os promotores afirmam que ele liderou um esquema que promovia candidaturas de fachada de mulheres para obter verbas do fundo eleitoral que visam estimular a participação feminina nas eleições. 

Neste domingo (6/10), a Folha informou que Haissander Souza de Paula, ex-assessor parlamentar de Álvaro Antônio, disse em seu depoimento à Polícia Federal que "acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro".

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