Promessa de campanha

"Facilitar porte de armas por civis não é medida de segurança pública"

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2 de outubro de 2019, 19h10

A facilitação do porte de armas de fogo por civis não é medida de segurança pública, mas apenas uma promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro. A análise é do tenente coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo Adilson Paes. Ele é mestre em direitos humanos pela USP.

Ao programa Jusbrasil Entrevista, parceria da ConJur com o site Jusbrasil, Paes falou sobre o porte de armas de fogo por civis, assinados em maio, e as implicações da medida. A entrevista foi gravada antes de Bolsonaro revogar os decretos e editar outros três.

O presidente sancionou também lei que amplia posse de arma para propriedade rural. Para Paes, estender esse porte vai gerar uma "militarização do campo com grupos de pessoas armadas com o pretexto de produzir segurança".

"Haverá mais tensão e mais insegurança, além de que populações indígenas, quilombolas e pessoas de assentamentos poderão ser alvo destas ações com o argumento de que eles são os invasores. Teremos a formação de forças paramilitares nas áreas rurais e assim creio que buscou-se privilegiar a propriedade privada em detrimento da vida humana", criticou.

Paes também abordou o fato de que sociedade vê na cultura bélica uma forma de inibir a violência e apontou como outros países lidam com a segurança pública e a compra de armas por civis.

Veja a entrevista completa abaixo:

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