"Evidente Incompatibilidade"

PSol envia à PGR representação contra nomeação de presidente da Palmares

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28 de novembro de 2019, 22h10

O PSol enviou nesta quarta-feira (27/11) uma representação à Procuradoria-Geral da República pedindo que a nomeação do jornalista Sérgio Nascimento de Camargo para a Presidência da Fundação Palmares seja anulada. 

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Partido vai à PGR contra nomeação
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“Resta evidente a incompatibilidade entre a trajetória e os valores do senhor Sérgio Nascimento de Camargo e aqueles valores que a lei determina que devem ser perseguidos pela fundação”, afirma o documento. 

Ainda segundo a legenda, “a referida nomeação tem como objetivo frustrar não apenas a persecução dos objetivos legalmente atribuídos à fundação, como o cumprimento do dever de enfrentamento do racismo institucional e estrutural e de promoção da igualdade racial expressamente abrigados na Constituição, o que configura claro desvio de finalidade”. 

Nascimento se define como um “negro de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto”. Em seu Facebook, ele já afirmou que a escravidão foi terrível, “mas benéfica para os descendentes” e que “cotas raciais para negros são mais que um absurdo”. 

O jornalista é uma das seis pessoas a serem nomeadas para cargos na Secretaria da Cultura. As informações foram publicadas no Diário Oficial da União também na quarta-feira. 

OAB
A Comissão Nacional de Promoção de Igualdade da Ordem dos Advogados do Brasil também se posicionou contra a nomeação de Nascimento. 

A entidade “torna público seu repúdio ao discurso do novo presidente da Fundação Cultural Palmares, Sergio Nascimento de Camargo, que, ao assumir o cargo da fundação, revelou ser contra o feriado de 20 de Novembro, contra a própria causa e, lamentavelmente, negou a existência do racismo que permeia toda a nação brasileira”. 

Ainda segundo a OAB, o jornalista “praticou o crime de racismo quando, de forma desrespeitosa, disse que a escravidão foi boa porque os negros viveriam em condições melhores no Brasil do que no continente africano e asseverou que ‘merece estátua, medalha e retrato em cédula o primeiro branco que meter um preto militante na cadeia por crime de racismo’”.

Clique aqui para ler a representação do PSOL

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