Combate à ditadura

Defensor dos direitos humanos, rabino Henry Sobel morre aos 75 anos

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22 de novembro de 2019, 12h56

Morreu nesta sexta-feira (22/11), aos 75 anos, nos Estados Unidos, o rabino Henry Sobel, em decorrência de complicações causadas por um câncer. Rabino emérito da Congregação Israelita Paulista, ele se destacou na luta pelos direitos humanos e no combate à ditadura militar brasileira.

Federação Israelita de São Paulo
Federação Israelita de São PauloRabino Henry Sobel morreu aos 75 anos por complicações causadas por um câncer

Um de seus feitos mais conhecidos foi durante o sepultamento do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975 por agentes do regime militar. O rabino se recusou a enterrar o jornalista na ala de suicidas de um cemitério israelita. Dias depois, participou de um ato público em homenagem a Herzog e lutou pelo esclarecimento das circunstâncias da morte dele.

Em nota, a Federação Israelita de São Paulo transmitiu condolências à família do rabino. O Instituto Vladimir Herzog também lamentou a perda em nota assinada pelo filho do jornalista, Ivo Herzog. "Henry Sobel foi a primeira pessoa, representando uma instituição, que denunciou o assassinato do meu pai, poucas horas depois do ocorrido.
Junto com Dom Paulo Evaristo Arns e James Wright, corajosamente, promoveu e esteve presente no ato ecumênico em memória de meu pai na Catedral da Sé", afirmou.

A nota diz ainda que, quebrando protocolos do judaísmo, enfrentando resistência dentro da comunidade judaica, foi um dos protagonistas que abriram caminho para o fim da ditadura no Brasil. "Se meu pai foi uma das vítimas daquele período, Henry Sobel foi um dos grandes heróis", finaliza o texto.

Henry Sobel nasceu em Portugal, mas se mudou para Nova York com a família ainda na infância. Nos anos 70, se radicou no Brasil, onde permaneceu por mais de 30 anos. Desde 2013, ele morava em Miami. O sepultamento será neste domingo (24/11), nos Estados Unidos.

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