Acusado de genocídio

Deputado do PSL em SP quer homenagem a Pinochet no Dia dos Direitos Humanos

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20 de novembro de 2019, 21h40

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Augusto Pinochet foi acusado de genocídio pelo juiz espanhol  Baltasar Garzón
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O deputado estadual Frederico d’Avila (PSL-SP) marcou um ato solene na agenda da Assembleia Legislativa de São Paulo em memória do ditador Augusto Pinochet. O militar chileno comandou uma das ditadoras militares mais sanguinárias da América Latina, entre 1973 e 1990.

A cerimônia foi marcada para o próximo dia 10 de dezembro — data em que é celebrado mundialmente o Dia dos Direitos Humano — e também aniversário da morte do ditador.

A ditadura militar chilena levou 200 mil pessoas ao exílio, matou mais de 3 mil pessoas — sem contabilizar os desaparecidos — e torturou outros milhares.

Defensor da monarquia e do agronegócio, D’avila foi coordenador do programa de governo da chapa de Jair Bolsonaro em 2018.

Após o anúncio do evento, o mandato da Bancada Ativista (PSol-SP) decidiu protocolar um pedido de investigação no Ministério Público contra o deputado por improbidade administrativa.

O ditador chileno é protagonista de um dos casos mais emblemáticos do princípio de jurisdição internacional consagrado pela Espanha nas últimas três décadas. Em outubro de 1998, Pinochet foi preso em uma clínica de Londres a pedido do juiz Baltasar Garzón, que o acusou de crimes de genocídio e terrorismo.

Em dezembro do mesmo ano, o militar compareceu a um tribunal inglês e classificou como mentirosas as ações contra ele. Pouco depois, recuperou sua imunidade. Em janeiro de 2000, o governo britânico anunciou que os exames médicos apontavam que o ditador não estava em condições de ser julgado. Pinochet morreu em dezembro de 2006 no Hospital Militar de Santiago.

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