Segundo a Folha de S.Paulo, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal Fluminense, expediu nesta terça-feira (19/11) um mandado de prisão contra o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes e outros 19 investigados no Brasil e no Paraguai.
Cartes, que governou o Paraguai entre 2013 e 2018, é suspeito de ter ocultado seu patrimônio por meio do doleiro Dario Messer, preso no final de julho deste ano.
Segundo a Folha, a decisão diz que, em junho de 2018, quando estava foragido, Messer mandou uma carta a Cartes pedindo US$ 500 mil para cobrir gastos jurídicos. O valor, segundo Bretas, foi repassado ao doleiro por intermédio de Fabiano Silveira, um dos procurados desta terça-feira.
Cartes é amigo de Dario Messer, a quem chamava de "irmão de alma". O paraguaio também manteve relações próximas com Mordko Messer, pai do doleiro.
Ao todo, Bretas expediu 17 mandados de prisão preventiva e três temporárias, além de autorizar busca e apreensão no endereço de 15 investigados. A investigação é um desdobramento da operação câmbio, desligo, com foco no ramo paraguaio da organização de Messer, que, segundo o Ministério Público Federal do Rio, comandou esquemas de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e evasão de divisas que movimentaram mais de US$ 1,6 bilhão em contas em 52 países e mais de 3.000 offshores.
Tabaco
Um dos empresários mais ricos do Paraguai, Cartes possui empresas no setor do tabaco e é dono de bancos. O ex-presidente coleciona queixas de pirataria. México e Colômbia afirmam que cigarros fabricados por empresas de Cartes estariam entrando ilegalmente em seus países.
O ex-mandatário deixou a presidência em agosto de 2018, com uma taxa de aprovação de apenas 18%. Em seu lugar, assumiu Mario Abdo Benítez.
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