População sem dinheiro

Desemprego faz aumentar busca por defensores públicos, diz associação

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13 de novembro de 2019, 15h48

A procura por defensores públicos teve forte aumento nos últimos anos devido ao crescimento do desemprego entre a população mais pobre ou mesmo da classe média, que precisa de serviços jurídicos, mas não tem condições de contratar um advogado.

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Fundição Progresso, no centro do Rio de Janeiro, que abriga evento da Defensoria Pública
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A afirmação foi feita pela presidente da Associação dos Defensores Públicos do Rio de Janeiro (Adperj), Juliana Lintz, na abertura do 14º Congresso Nacional das Defensoras e dos Defensores Públicos, que começou nesta terça-feira (12/11) e segue até a próxima sexta-feira (15/11) no Rio de Janeiro.

“Sou presidente da associação há quatro anos e a crise econômica ficou mais forte. Em alguns municípios, como os que viviam da exploração do petróleo, a demanda mais do que quintuplicou. E todo o ano vem aumentando. No Rio de Janeiro há defensores em 100% das comarcas, mas ainda acumulamos comarcas, o que não é o ideal. Hoje nós somos quase 800 defensores em atividade, mas precisaríamos de mais uns 20%”, disse Juliana.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, participou da abertura do congresso e chegou a se emocionar quando lembrou os primeiros casos que ele defendeu, recém-formado em Direito, de pessoas extremamente pobres, em São Paulo.

“Eu trabalhei com a Defensoria Pública, com a defesa do povo desprovido. O papel de cada um que está aqui é o de dar voz àqueles que não têm voz. Vocês conversam com o povo que não tem acesso à Justiça. Quando ninguém mais fala pelos desvalidos, nem situação, nem centro, nem oposição, nem direita, nem esquerda, hoje nós temos uma instituição de Estado que defende os necessitados”, disse Toffoli, com a voz embargada, recebendo muitos aplausos.

A abertura do congresso também contou com as participações do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), e do escritor e intelectual português Boaventura Souza Santos, professor da Universidade de Coimbra.

O Brasil tem pouco mais de 6 mil defensores públicos estaduais para atender à demanda existente. O país conta com 11 mil juízes e 10 mil promotores. Com informações da Agência Brasil.

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