Guerra comercial

Briga por empresa é alavancada com caravana em Brasília

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24 de março de 2019, 10h40

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Publicidade do livro é na verdade campanha por empresa. Reprodução

Na próxima segunda-feira (25/3), um caminhão com dois bois de fibra de vidro pintados um de verde e o outro de amarelo, além de dois atores com máscaras dos irmãos Joesley e Wesley Batista, percorrerá a Capital Federal para promover o livro Os traidores da Pátria. E mostrar como, anos atrás, dois jovens, ao lado do pai, construíram do zero um pequeno grupo de frigoríficos que se tornou um grande grupo de empresas, e acabaram por trilhar o caminho de maracutaias diversas.

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Livro sobre irmãos Batista foi escrito pelo jornalista Claudio Tognolli.

O parágrafo acima é do material de divulgação de um livro. Aparentemente. Na verdade, é peça de uma campanha. Na disputa pelo controle da Eldorado Celulose, maior empresa mundial do setor, a família Widjaya (indonésios radicados na China), resolveu aproveitar o momento ruim da JBS para fuzilar seus controladores. A meta é vencer a arbitragem entre os dois grupos.

Os Widjaya são donos da Paper Excellence, que adquiriu 49% das ações da Eldorado. Os indonésios dizem que pagaram e não receberam a empresa, a JBS diz que eles compraram mas não pagaram.

O litígio vai às ruas. Camuflado de luta do bem contra o mal. Além da caravana e do livro em português, editado pela Editora Matrix, sai também uma versão em inglês para ser distribuída nos Estados Unidos. Chega à praça também um site em português e outro em inglês. A pegada é a mesma: destroçar os irmãos Joesley e Wesley Batista.

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Livro também será lançado em inglês.

Para conduzir a orquestra, os Widjaya contrataram no Brasil um especialista no assunto: o empresário Josmar Verillo, ex-presidente da Klabin. Verillo mobilizou a Matrix, contratou assessores de imprensa e encomendou ao jornalista e escritor Claudio Tognolli os livros e os textos jornalísticos para os sites.

A disputa é acompanhada pelos principais jornais americanos, como o New York Times e o Financial Times — que dedicam aos Widjaya adjetivos pouco lisongeiros, como o de “tubarões”. Pelas notícias, as táticas dos empresários são ainda piores do que aquelas que os Batista confessaram em sua delação no Brasil. Eles são usualmente acusados de calotes e crimes ambientais.

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