Conluio com a Rússia

Ex-chefe de campanha de Trump é condenado a 3 anos e 11 meses de prisão

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8 de março de 2019, 9h49

O juiz T.S. Ellis, de um tribunal federal no estado da Virgínia (EUA), condenou nesta quinta-feira (7/3) o ex-chefe da campanha eleitoral de Donald Trump, Paul Manafort, a 47 meses de prisão (ou 3 anos e 11 meses).

Em agosto do ano passado, um júri considerou Manafort culpado de oito das 18 acusações que foram apresentadas contra ele. O juiz anulou o julgamento das demais 10 acusações porque o júri não chegou a um veredicto unânime.

Basicamente, Manafort foi condenado por fraude contra o sistema financeiro, sonegação fiscal e por não declarar contas bancárias no exterior. As acusações foram resultantes das investigações do promotor especial Robert Mueller, encarregado de desvendar um possível conluio da campanha de Trump com os russos para ajudar o candidato republicano a ganhar as eleições. Mas não estavam diretamente ligadas ao objeto das investigações.

A pena foi substancialmente menor que a pedida pelos promotores, de 19 a 24 anos de prisão, o que estaria de acordo com as diretrizes de sentenças do país. Mas o juiz decidiu que tal pena seria excessiva. Segundo ele, a sentença deve ser condizente com as aplicadas a réus que cometeram crimes semelhantes. Afirmou, ainda, que, a não ser por esses crimes, Paul Manafort sempre levou uma vida correta.

No julgamento, o juiz acusou os promotores de exagerar nas acusações para obrigar o réu a fazer um acordo de delação premiada, em que iria depor contra Trump. Desde o começo do julgamento, ele criticou o promotor especial Robert Mueller por ter entrado nesse caso que poderia ter ficado a cargo de um promotor comum. Ellis foi nomeado juiz federal pelo ex-presidente republicano Ronald Reagan.

No entanto, o juiz escreveu apenas o primeiro capítulo da história. Manafort ainda será sentenciado na próxima semana por um juiz de um tribunal federal em Washington, D.C. Nesse tribunal, ele enfrentou acusações de conspirar contra os Estados Unidos por não relatar seu trabalho de lobby para autoridades da Ucrânia, ligadas ao governo russo, e por coagir testemunhas.

Manafort fez um acordo de admissão de culpa nesse processo. Mas os promotores pediram ao juiz uma pena de 10 anos de prisão, porque ele teria mentido depois de concordar em cooperar com as investigações do promotor especial.

Ainda não se sabe se as penas serão cumpridas de forma consecutiva ou simultânea. É mais possível que seja simultaneamente porque os crimes julgados em uma e outra corte derivam do mesmo saco de gatos, de acordo com os jornais USA Today e The Washington Post.

Além dos 47 meses de prisão, Ellis condenou Manafort a pagar US$ 50 mil em multas, restituir mais de US$ 24 milhões aos cofres públicos e passar três anos sobre supervisão federal após ser libertado da prisão. O tempo de nove meses que ele já passou em uma solitária na prisão será descontado.

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