Ideias do Milênio

"Problemas emocionais são o motivo do fracasso da maioria da empresas"

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2 de março de 2019, 10h45

Vincent Starr
Vincent Starr

Entrevista concedida pelo escritor suíço Alain de Botton, fundador da School of Life, ao jornalista Marcelo Lins para o Milênio — programa de entrevistas que vai ao ar pelo canal de televisão por assinatura GloboNews às 23h30 de segunda-feira, com reprises às terças (4h05).

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Nesses tempos cheios de crises, incertezas e perigos, um filósofo e escritor suíço, criado na Inglaterra, chama a atenção já há alguns anos pela grande produção literária, artística e também no campo da educação, vista por muitos como exemplo de um certo iluminismo renovado em pleno século XXI. Alain de Botton se descreve como um garimpador, um curador de obras de grandes filósofos. Para Alain de Botton, o ser humano tem uma capacidade intrínseca enorme de ser feliz. Alain de Botton, que escreveu o primeiro livro aos 23 anos, abriu a Escola da Vida, School of Life, primeiro em Londres, depois com filiais no mundo todo, inclusive em São Paulo, onde ele foi entrevistado para o Milênio.

Marcelo Lins — Apesar não gostar muito dessa definição, ao ler sua obra, ao assistir a seus documentários, você soa e aparenta ser um iluminista, um homem da época do Renascimento, porque discute e estuda muitos temas. Como você enxerga essa sua característica numa época em que as pessoas tendem a se especializar muito, a fazer uma única coisa, a se isolar? Como você consegue abordar tantos assuntos?
Alain de Botton — Apesar de parecer um generalista, na verdade eu sou um especialista. E a especialidade que me interessa é a felicidade, a realização humana. Se você se especializa nisso, se interessará por vários tipos de coisas, como arquitetura. Porque a arquitetura faz as pessoas felizes ou infelizes. Pode se interessar por sexo, por economia, pela forma como as famílias funcionam ou como amigos se comunicam. Portanto, o que me guiou sempre foi a mesma coisa e, desde muito cedo, me questionei por que nós, seres humanos, mesmo quando temos comida e abrigo suficientes, conseguimos ser infelizes com tamanha criatividade. Somos gênios da infelicidade. E isso me fascina. Como encontramos formas diversas e infalíveis de transformar este lindo planeta num pesadelo? Isso me fascina.

Marcelo Lins — É como explorar o universo: quanto mais sabemos, menos o conhecemos, porque percebemos o quanto ele é grande e quantas estrelas ainda há para serem descobertas. Nesse sentido, a felicidade é uma utopia que devemos perseguir, mas que nunca atingiremos completamente?
Alain de Botton — Acho que estamos descobrindo que algumas coisas são inesperadamente complicadas e outras são quase inesperadamente simples. Se, há 200 anos, você dissesse a um marciano: 'Os seres humanos estão avançando. Qual problema acha que será solucionado antes? A infelicidade no casamento ou ainda não termos tocado a superfície da Lua? Qual dos dois resolveremos primeiro?'. Qualquer marciano diria que obviamente resolveríamos o casamento, o mais simples. Mas ainda há muitos astronautas infelizes no casamento.

Marcelo Lins — Por falar em complicações, você chamou a atenção de muita gente no mundo todo, foi muito elogiado e também duramente criticado quando, com apenas 23 anos, escreveu e publicou Ensaios de Amor. E fiquei me perguntando: aos 23 anos, o que alguém sabe sobre o amor? O que o levou por esse caminho e, além disso, o que você aprendeu desde então sobre o amor, já que voltou ao tema no recente O Curso do Amor?
Alain de Botton — Aos 23 anos, quando escrevi meu 1º livro, eu via claramente coisas que hoje não consigo mais ver. Então aquele livro ainda é muito válido, mas hoje que sou mais velho vejo outras coisas. Quando penso no amor, vejo outras coisas. Então precisamos que pessoas de todas as idades escrevam livros. Respondendo à sua pergunta, o que mudou? Essencialmente, acho que passei de uma visão romântica do amor para uma visão clássica ou madura do amor. E a visão madura do amor acredita que, mesmo estando com a pessoa certa, a vida ainda será muito complicada. O romântico pensa: 'Quando eu conhecer minha alma gêmea, tudo vai ficar bem'. O amor verdadeiro é possível, e quando você o encontrar, todos os problemas sumirão. E, na maturidade, você pensa: 'Posso estar com a pessoa mais maravilhosa do mundo e continuar infeliz de formas fascinantes, particulares e interessantes, porque a comunicação humana é muito difícil'.

Marcelo Lins — Ainda falando dessa busca pelo amor, dessa tentativa de entender a mente e o coração humanos, o que você foi buscar, para tentar entender essa estrutura tão complicada do amor, nos filósofos clássicos? Porque você é facilmente taxado de 'filósofo pop', ou de filósofo popular, e já repetiu diversas vezes que não existe filosofia popular, existe filosofia.
Alain de Botton — Há uma ideia maravilhosa em Platão. Ele nos diz que o amor é um processo de educação, que os dois amantes são como professor e aluno. Isso pode soar estranho, porque uma das coisas que nos provocam alergia e desconfiança é qualquer um que tente nos mudar. Quando um casal discute, diz: 'Você quer que eu mude?'. Ou: 'Achei que você me amasse como eu sou, mas parece que quer que eu mude'. Isso não faria sentido para um grego antigo como Platão, que teria dito: 'Claro que seu parceiro quer que você mude. Amor é isso'. Todos nós somos muito imperfeitos, e o trabalho do amor é tentar educar seu parceiro para que ele se torne sua melhor versão. O amor é uma sala de aula, o quarto é uma sala de aula na qual dois amantes, com muita gentileza, dizem um ao outro: 'Acho que nessa área você não é tão maduro quanto poderia', 'Acho que interpretou mal', e a outra pessoa faz o mesmo, sempre com gentileza e ternura. Mas eles não simplesmente se aceitam como são. Essa é uma ideia moderna. 'Me aceite como eu sou' teria soado estranhíssimo, e eu acho errado. E ler essa ideia de Platão do amor como educação me ajudou muito tanto na vida como na minha obra, porque me fez pensar que amar alguém é permitir que a pessoa me critique com amor e criticá-la com amor, educar um ao outro, aprender com ela. Isso é bom, não é destrutivo. Claro que existe a versão destrutiva, mas, com gentileza, essa é uma ideia bonita de como amor e aprendizado andam juntos. E nós a devemos aos gregos antigos. Existem ideias incríveis escritas há dois mil anos. Precisamos voltar e resgatá-las, e elas são tão modernas hoje quanto um iPhone.

Marcelo Lins — Nós vivemos em tempos desafiadores e estranhos, com o questionamento de modelos, com os desafios enfrentados pela democracia representativa, os desafios das mudanças climáticas, do futuro da indústria e, ao mesmo tempo, temos as possibilidades que a tecnologia nos proporciona, e como é fácil viajar para outros países e conhecer outras culturas, o que seria muito mais difícil há alguns anos e tal. Você vê a nossa época, esta época desafiadora, como um copo meio cheio ou meio vazio?
Alain de Botton — Existem dois lados no cérebro humano e na capacidade mental humana: há o lado executivo e o lado estratégico. Vou explicar. O lado executivo executa nossos projetos, é o que age. Decidimos que queremos ir à Lua e damos um jeito de chegar lá. Decidimos construir uma cidade e executamos o plano. Seres humanos são brilhantes na execução. A parte executiva da mente é um instrumento brilhante. E temos o outro lado, o estratégico. O lado estratégico deveria vir antes e é o lado da mente que diz: 'O que devemos fazer? Quais devem ser nossos objetivos? Como devemos governar o país? Como gerir um casamento? Como estabelecer objetivos tecnológicos?'. E nisso nós somos péssimos. Não gostamos de pensar estrategicamente.

Marcelo Lins — De planejar…
Alain de Botton — Não gostamos de planejar. Vemos isso em corporações. Sempre correndo… Será que param para pensar: 'O que queremos oferecer a nossos clientes?'. É a última pergunta que fazem. Ou as pessoas querem ter uma carreira brilhante, mas só aos 50 anos elas param e pensam: 'O que eu quero mesmo?'. Elas não pensam. Executam sem pensar. Acho que para desenvolvermos a humanidade precisamos ampliar muito nossa capacidade de pensamento estratégico, que de certa forma é o pensamento filosófico, decidir quais devem ser os nossos objetivos. E gastar um pouco menos de energia em atingir o objetivo, porque talvez tenhamos os objetivos errados. Esse é o problema da civilização tecnológica moderna. Uma habilidade fantástica de atingir objetivos e muito pouco questionamento sobre os objetivos certos. No fundo, o que estamos dizendo é que precisamos pensar. Parece estranho, porque achamos que pensamos o tempo todo, mas é comum só pensarmos uma vez por dia, no banho. Por que só pensamos no banho? Ou pouco antes de cairmos no sono. De repente, uma ideia surge. Por quê? Por que só pensamos alguns segundos duas vezes por dia? Porque o resto do tempo estamos ocupados, correndo e seguindo a linha de pensamento muito normal e clichê de outras pessoas. Só que, no banho, não achamos que precisamos pensar, e é aí que temos boas ideias. Nosso cérebro é brilhante. Temos pensamentos incríveis, mas não damos a eles a chance de emergir porque é muito difícil e assustador ficar sozinho com a própria mente. Sou fã de um banho de banheira longo com um bloquinho ao lado. Ou de deitar na cama e pensar com vontade. Nós não pensamos o suficiente, enquanto indivíduos e espécie. E o mundo sofre porque as pessoas não pensam com vontade.

Marcelo Lins — Você se descreve como ateu, mas diz ser importante, até para quem não tem fé, conhecer o papel de Deus, ou o que significa acreditar em algo. Por que acha isso? Mesmo para quem não é religioso, por que a religião é importante?
Alain de Botton — Não acredito na maioria dos ensinamentos, mas adoro a estrutura da religião. Acho que fomos deixados muito sozinhos no mundo moderno. Somos nós, nosso telefone e a televisão. Não temos ninguém que crie rituais, não temos mais comunidades. Só temos o amor romântico como norte filosófico — isso e o sucesso. A ideia da carreira profissional de sucesso dominada pelo dinheiro. Isso não basta. Estamos aqui na School of Life, e uma das coisas que tentamos fazer aqui é assumir algumas dessas funções que as religiões tinham. Estamos no Brasil. Posso mencionar Auguste Comte, com sua religião da humanidade e os templos no Rio e em Porto Alegre.

Marcelo Lins — Há um lema na nossa bandeira…
Alain de Botton — Foi um momento fascinante na história do Brasil, quando os brasileiros perceberam: 'Temos um passado católico. Provavelmente não haverá uma maioria católica no futuro, porque vivemos numa era tecnológica. O que fazemos?'. E esse movimento foi uma tentativa de manter as melhores partes da religião sem as partes inacreditáveis e sobrenaturais. Não funcionou, foi um pouco louco, mas foi fascinante. E me fascina o fato de os brasileiros terem levado tão a sério. Foi muito corajoso por parte do país. Mostra uma grande abertura intelectual do país.

Marcelo Lins — Voltando ao que você falou sobre a importância de pensar. Pode-se argumentar que talvez já exista um espaço para estudar o pensamento e discutir sua importância, que é a universidade, a escola. Mas com a School of Life você criou outro nível de discussão. Qual é a sua intenção e por que há Schools of Life em tantas cidades do mundo? Houve alguma estratégia para escolher esses países e cidades?
Alain de Botton — O sistema de ensino padrão nos dá uma educação técnica, nos dá a capacidade de executar um plano. E faz isso muito bem. O que ele faz muito mal é abordar as questões maiores, mais amplas e mais antigas. 'Para que serve minha vida?', 'Qual é o significado dela?', 'Quem sou eu?', 'Como inicio um relacionamento?', 'Quais são meus objetivos e valores?'. Se fizer essas perguntas em qualquer universidade do mundo, elas não vão ajudá-lo. Elas prometem, mas não ajudam. Eu tentava trocar de universidade, até que percebi: 'Não vou chegar a lugar algum'. Então criamos a School of Life há dez anos em Londres, e rapidamente abrimos filiais no mundo. Estamos muito empolgados de estar no Brasil. Estamos aqui há cinco anos, e o que tentamos fazer é ensinar as pessoas… Se você pergunta a quem chegou aos 50 ou 60 anos: 'O que você não aprendeu na escola?'. É uma pergunta fascinante. E as pessoas respondem que nunca aprenderam sobre gentileza, sobre gratidão, sobre empatia, como se concentrar em seus objetivos. Seja o que for. São essas coisas que ensinamos aqui. Ensinamos as coisas que a educação padrão não ensina e que, se não são aprendidas, podem arruinar sua vida. Tentamos poupar um pouco do tempo das pessoas em algumas dessas áreas. Alguns dizem: 'Como é possível ensinar a se relacionar? Ou você tem um bom relacionamento ou não tem. Isso não se ensina. Amor não se ensina'. Ah, se ensina, sim. Amor não é um sentimento, é uma habilidade. E é possível aprender essa habilidade. Vou dar um exemplo. Acho que nos últimos, digamos, 100 anos, aprendemos a amar crianças. Não as amamos sempre. Algumas pessoas, sim, mas, enquanto sociedade, não as amávamos. Aprendemos a amá-las. Hoje em dia, se você é um pai ocupado, chega em casa e prepara o jantar para seu filho, que tem dois anos. E seu filho joga o prato no chão. Antigamente você dava um tapa nele e dizia: 'Você é uma pessoa ruim'. Não era uma reação amorosa. Hoje você pensa: 'Coitado. Ele deve estar cansado ou chateado, magoado. Talvez esteja com ciúmes do irmão mais novo'. Ou seja, você usa sua imaginação para tentar entender por que alguém se comporta de certa forma. Isso é amor. É um dos passos vitais do amor. Não amamos muito bem os adultos. Quando um adulto nos decepciona, dizemos: 'Idiota! Quer acabar com a minha vida?'. Reagimos imediatamente assim. Não pensamos com amor, mas deveríamos. Deveríamos fazer com adultos o que fazemos com as crianças. Porque, apesar de sermos grandes, por dentro somos crianças. Não estou sendo paternalista. Mas somos crianças. Portanto nós aprendemos a amar e podemos aprender outras coisas. Podemos aprender habilidades emocionais.

Marcelo Lins — Por falar em habilidades emocionais, temos visto nos últimos anos o que se pode chamar de ascensão da empatia, da necessidade de empatia, de saber o que é empatia, por que é importante desenvolvê-la e consolidá-la, por que é importante ver o mundo pelos olhos do outro, se pôr no lugar de outra pessoa, conhecer as histórias que ajudam a formar esse novo mundo, o que é muito interessante, porque abarca solidariedade, amizade e relacionamento. Ao mesmo tempo, também vemos a ascensão de outro sentimento muito diferente e egoísta, que tem a ver com ultranacionalismo, com xenofobia, com racismo, com todos esses movimentos que vemos no mundo, inclusive no Brasil. Como equilibrar essas duas forças, esses dois componentes do ser humano?
Alain de Botton — Acho que estamos testemunhando uma polarização de dois lados, sendo que cada um se acha o bom. E acho que a amizade e a conexão genuína começam com humildade, quando todos admitem que somos um pouco maus, um pouco míopes, não somos muito empáticos, apesar de tentarmos ser, um pouco egoístas etc. Em outras palavras, se enxergar como cinzento significa instantaneamente que não tem essa visão preta e branca. E eu acho que o que temos visto é um sentimento de pureza, pessoas que se julgam puras. Sempre que noto alguém que se acha puro, um alarme soa. Pode ser uma pureza ligada a algo adorável. Talvez sejam vegetarianos e se sintam muito puros. O problema não é o vegetarianismo, mas a pureza. Pode ser a coisa mais positiva, mas se você se sente puro… E um sinônimo de 'puro' é 'inocente'. Se você se acha inocente, isso é preocupante. E acho que a gentileza e a empatia genuínas começam quando todos percebem: 'Não sabemos tudo. Não somos perfeitamente bons. Talvez nosso inimigo saiba coisas que não sabemos'. É assim que as pessoas se associam, esse é o verdadeiro meio-termo e é nisso que acreditamos na School of Life.

Marcelo Lins — O que é um local de trabalho emocionalmente inteligente? E por que ele é importante?
Alain de Botton — Locais de trabalho são fascinantes, porque costumamos achar que o fracasso de um local de trabalho se dá por causa de orçamento errado, de formação errada, de sistemas de TI errados etc. Mas não é isso. O motivo do fracasso da maioria das empresas é nosso velho amigo, os problemas emocionais. É isso que enlouquece os escritórios. Não comecei a pensar nesses termos, mas foi assim que percebi que os assuntos que me interessam têm aplicação no escritório, porque tudo que pode dar errado emocionalmente dá errado nas empresas. Ciúmes, inveja, paranoia, pânico, bajulação, pessimismo, otimismo, instruções ruins, instruções defensivas etc. Todos os problemas psicológicos estão presentes. Todo ser humano é a parte mais cara de uma corporação, e a maioria delas nem tenta entender suas máquinas, essas complicadas máquinas humanas. Por isso há muita infelicidade, muita fofoca, muitos surtos que não deveriam existir e tal. Às vezes nós, da School of Life, vamos a empresas, que dizem: 'Seu interesse em Platão e na filosofia é muito bacana, mas nós temos que produzir e faturar'. 'Não. Entendemos isso, mas percebem quanto dinheiro perdem porque essa pessoa está chorando no canto, essa aqui está amuada, essa outra se acha competente, mas ninguém confia nela?'. E por aí vai. Problemas emocionais custam dinheiro e são apenas outro sinal da forma como, na nossa sociedade, estamos tão focados no que achamos prático e sério que negligenciamos o emocional por achar que é uma porcaria sentimentaloide. E não é. Se o mundo implodir, não vai ser porque fizemos cálculos errados, mas porque as emoções estão erradas. O maior desafio para o ser humano é entender suas emoções.

Marcelo Lins — Você ainda acha que Proust pode mudar a vida de todo mundo? Por quê?
Alain de Botton — Proust é uma das pessoas geniais que viveram e escreveram livros. A maioria de nós não lerá os livros dele, mas ele era um grande pensador, como Platão, Nietzsche, Lao Tzu, Buda, Hannah Arendt… Existem muitos pensadores fantásticos. A maioria de nós é muito ocupada, e acho que meu papel é recorrer a esses pensadores e retirar o que acho que o Brasil, o Reino Unido e o mundo moderno precisam agora. Eu sou alguém que busca boas ideias em muitos lugares. Sim, Proust pode mudar a nossa vida. Muitos pensadores podem. Nossas vidas não são tão perfeitas. Precisamos mudá-las, e se fizermos isso através de emoções e ideias, fantástico.

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