Menor vítima

Magistrados paulistas levam às escolas ações contra o abuso sexual infantil

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27 de maio de 2019, 8h39

No mês de maio é celebrado o dia nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. O Brasil caminha a passos lentos na discussão do tema. Dados recentes do Disque 100, um dos principais meios de denúncia, apontam que, em 2017, foram feitas mais de 20 mil denúncias desse tipo no serviço.  

Segundo o Ministério da Saúde, de 2011 a 2017, foram notificados mais de 184 mil casos de violência sexual, sendo 31,5% contra crianças e 45% contra adolescentes.

ambrozinio / 123RF
Tratar do assédio ou abuso sexual, em especial com as crianças e jovens, é uma tarefa árdua e extremamente sensível. Percebendo a naturalização e banalização do assunto, magistrados paulistas apostaram em uma abordagem lúdica para conscientizar as crianças.

O projeto “Eu tenho voz”, idealizado pelo Instituto Paulista de Magistrados (Ipam), é  uma iniciativa que leva às escolas ações contra o abuso sexual, físico e psicológico de crianças e adolescentes.

Uma das ações que tem gerado resultado, segundo a presidente do instituto, a juíza Hertha Padilha de Oliveira, é a apresentação de uma peça de teatro em escolas públicas para crianças de 7 a 12 anos. Nestes três anos de projeto, a peça “Marcas da Infância” atingiu público de aproximadamente 11,5 mil pessoas, somando 130 denúncias diretas.

Depois das apresentações, juízes e professores fazem um debate sobre as cenas e explicam as situações, mostrando às crianças como pedir ajuda. Segundo Hertha, escola e professores "têm papel fundamental no reconhecimento de pedidos de ajuda que venham a surgir".

A iniciativa recebeu menção honrosa no Prêmio Betinho de Democracia e Cidadania de 2018, concedido pela Câmara Municipal de São Paulo.

O projeto conta atualmente com cursos de capacitação para educadores das escolas e a parceria com o CNRVV (Centro de Referência às Vítimas de Violência), que garante às vítimas um acompanhamento depois da denúncia.

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