Arma poderosa

"Detentores das canetas" estão conspirando para tomar o poder, diz Mariz

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2 de maio de 2019, 13h33

“Alguma instituição” – não as Forças Armadas, mas os "detentores das canetas" – está demonizando o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e a advocacia para tomar o poder. Isso é o que afirmou o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira na primeira reunião da Comissão de Defesa do Estado Democrático de Direito da seccional do Rio de Janeiro da OAB, ocorrida na segunda-feira (29/4).

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Mariz de Oliveira diz que advogados devem levantar a voz contra abusos.
Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Eu tenho a impressão de que há a intenção de algum Poder, de algum órgão, de alguém de assumir o poder. Alguma instituição, que eu não detecto bem, demoniza o Judiciário, o Legislativo, o Executivo e a advocacia para assumir o poder. ‘Nós somos a salvação da pátria’. Cada um que imagine a quem eu estou me referindo, mas eu estou me referindo a alguém. E o mais sério disso é que há uma conivência de segmentos importantes, de segmentos ilustrados da sociedade, que acham que tem que ser assim mesmo. E aí a democracia entra em risco”, avaliou o advogado.

Ao contrário do que se costuma pensar quando se fala em golpe, não são os militares que estão por trás dessa conspiração, ressaltou Mariz de Oliveira. Dessa vez, quem pretende tomar o poder são os “detentores das canetas”.

“Não é a tomada de poder pelos militares. É a tomada do poder pelo detentor da caneta. E esta ditadura, este autoritarismo do detentor da caneta, é imbatível. Não há armas que possam se contrapor a essa arma, que é a caneta. A caneta é a última palavra. É ela que decide o destino das pessoas”.

A “ditadura das armas” se combate com armas. Mas a “ditadura das canetas” deve ser combatida pela advocacia, destacou o criminalista, conclamando a classe a levantar a voz contra abusos e em defesa da democracia.

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