O Ministério Público Federal divulgou uma nota neste domingo (30/6) em que diz que o processo do triplex do Guarujá, que levou o ex-presidente Lula à prisão, foi embasado em um "amplo conjunto de provas". A nota foi publicada após a divulgação de novas conversas entre procuradores da "lava jato", que indicam que, diante da insatisfação da força-tarefa, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, mudou sua versão sobre o triplex até incriminar Lula.
O MPF afirmou que o depoimento de Léo Pinheiro foi apenas um dos elementos que embasaram a condenação de Lula, "analisada e validada por diferentes instâncias do Poder Judiciário". "A condenação foi fundamentada em farto material probatório que incluiu documentos, perícias, diversos testemunhos e outros materiais. O testemunho de Léo Pinheiro sequer existia quando foi feita a acusação. É inadequada a insinuação de que o ex-presidente teria sido condenado em razão desse depoimento", diz a nota.
As novas conversas, divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo, mostram os bastidores das negociações de um acordo de delação premiada com Leo Pinheiro. Em muitos momentos, os procuradores desconfiaram das informações apresentadas pelo executivo. A negociação foi interrompida em agosto de 2016 e só foi retomada em maio de 2017, depois que Léo Pinheiro prestou depoimento ao então juiz Sergio Moro e afirmou que a reforma no triplex do Guarujá foi paga com dinheiro desviado da Petrobras.
"Em todos os acordos, os procuradores reforçam para os advogados que buscam a verdade e jamais versões (…) No caso de integrantes da OAS, as negociações foram conduzidas por muitos procuradores que atuavam na Procuradoria-Geral da República e na força-tarefa da Lava Jato, que sempre pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade", disse o MPF.
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