"Normal e Imparcial"

No Senado, Moro volta a dizer que conversa com procuradores é "normal"

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19 de junho de 2019, 18h12

Após mais de oito horas de audiência, chegou ao fim a sessão em que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, prestou esclarecimentos sobre as supostas mensagens trocadas com procuradores da operação "lava jato" quando ainda era juiz em Curitiba. O material foi revelado pelo site The Intercept Brasil.

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Moro presta esclarecimentos à CCJ do Senado sobre conversas expostas.
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro participou, nesta quarta-feira (19/6), de sessão da Constituição de Comissão, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. A comissão é composta por 54 senadores – 27 titulares e 27 suplentes. Na ocasião, pelo menos 40 parlamentares fizeram questionamentos a Moro. 

Durante a sessão, Moro voltou a defender a "normalidade das relações entre magistrados e partes", sobretudo, segundo ele, no Direito Criminal, uma vez que o juiz é responsável por julgar atos de investigação, além da condenação ou absolvição do acusado.

O ex-juiz negou qualquer conluio entre ele e o procurador Deltan Dallagnol. Para reforçar sua fala, citou que absolveu cerca de 20% dos denunciados pelo Ministério Público na "lava jato".

Moro também afirmou que a operação "lava jato" não se baseou só em delações premiadas. Segundo ele, antes da lei que tratou da lei das organizações criminosas, já estava prevista a delação premiada. Segundo o ministro, as autorizações legislativas já existiam e houve delações antes da lei.

"Sensacionalismo"
"A divulgação das conversas é repleta de sensacionalismo e sem a devida contextualização. Repito, também, sempre, que não posso reconhecer a veracidade das mensagens que são atribuídas a mim", disse.

O ex-juiz afirmou que, desde 2017, não usa mais o aplicativo Telegram, de onde seriam as conversas vazadas. "Em princípio o conteúdo de meu celular não foi acessado, não há evidências disso. Chamamos a PF, que examinou meu aparelho. Entreguei meu aparelho à PF, é falso que não entreguei. Afinal, não tenho receio a respeito do que tem [nele]."

Indagações
Moro afirmou ainda que a conduta criminosa não é a dele próprio, mas dos grupos de hackers que, segundo ele, está invadindo os aparelhos dos envolvidos na operação.

"Seria importante que a própria imprensa fizesse algumas indagações relevantes ao site. E acho que a imprensa está falhando esse tipo de indagação. O site afirma que checou a autenticidade. A grande indagação é: não precisa revelar a fonte, mas que tipo de material foi recebido? Os outros veículos de imprensa deveriam fazer esse tipo de investigação. De todo modo, a PF está fazendo a investigação", diz. 

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