Ideias do Milênio

"Infelizmente a ajuda humanitária é usada como vitrine por políticos"

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16 de junho de 2019, 16h39

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Entrevista concedida pelo médico e escritor francês Jean-Christophe Rufin, autor de Vermelho Brasil, ao jornalista Marcelo Lins para o Milênio — programa de entrevistas que vai ao ar pelo canal de televisão por assinatura GloboNews às 23h30 de segunda-feira, com reprises às terças (4h05).

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É comum hoje ressaltar a importância de qualquer profissional multiplicar suas habilidades, desempenhar várias tarefas, e esta é a marca, faz tempo, da carreira do escritor francês Jean-Christophe Rufin. Médico, trabalhou em hospitais e depois foi um dos pioneiros da ONG Médicos Sem Fronteiras. Também foi diplomata, servindo na África e no Brasil. Mas fez fama, chegou à Academia Francesa, virou sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras e ganha a vida com a paixão de sempre: a literatura. São quase 20 livros, entre eles vários romances históricos, e um desses, Vermelho Brasil, lhe valeu o maior prêmio da literatura da França. Narra a partir da aventura de dois garotos, uma empreitada colonial no século 16, que deveria estabelecer no Rio de Janeiro a chamada França Antártica. De passagem pelo Rio, Jean-Christophe Rufin falou ao Milênio.

Marcelo Lins — Qual é a melhor definição para Jean-Christophe Rufin?
Jean-Christophe Rufin — Eu diria que sou um médico que escreve, é isso. Ou seja, sou muito apegado à identidade médica, porque aos 20 anos aprendemos apenas uma coisa que nos dá a visão do mundo. Depois, podemos exercer várias atividades, mas o que aprendi naquela idade foi a medicina. Eu sigo sendo médico e escrevo também porque gosto de compartilhar minha experiência. Gosto de contar histórias, é isso.

Marcelo Lins — Você começou cedo a trabalhar com ajuda humanitária. Estava lá no começo do Médicos Sem Fronteiras. Como foi esse momento e essa passagem de estudante de medicina a jovem médico que vai trabalhar com ajuda humanitária?
Jean-Christophe Rufin — Foi também o efeito de uma época. Quer dizer, houve naquele momento, final dos anos de 1970, uma espécie de explosão, na França e na Europa em geral – esse continente que por décadas tinha recebido ajuda internacional. Afinal, nós é que tínhamos passado por guerras, fome, epidemias… De repente, ficamos ricos o bastante e suficientemente em paz e prósperos para ajudar os outros. E, para isso, criamos novas instituições – que, aliás, nem eram instituições, e sim grupos de amigos. Eu estava voltando de uma experiência na Tunísia, onde tinha trabalhado como colaborador, tinha descoberto uma medicina bem mais próxima daquela do meu avô. Ou seja, uma medicina simples, direta, próxima da população, e não dentro dos grandes hospitais parisienses. E adorei participar dessa aventura.

Marcelo Lins — É fácil, quando falamos de ajuda humanitária, ter uma visão meio romântica do tema. Na sua experiência você viu muita coisa, na África, nas Filipinas… Você esteve em Ruanda, nos países bálticos… Você chegou a escrever um livro, com o título "A Armadilha da Ajuda Humanitária". Que armadilha é essa e o que você viu nesse trabalho de ajuda que o desagradou?
Jean-Christophe Rufin — Não é que tenha me desagradado, mas é que sempre tentei ser lúcido em relação ao que fazíamos. E a visão romântica não ajuda. Imaginar que fazemos o bem assim, porque chegamos com remédios e alimentos. Isso é falso, não é assim que acontece. A ajuda humanitária faz parte da política, das situações políticas. De alguma forma, para chegar às vítimas, às pessoas que realmente estão precisando, é preciso ter os olhos abertos, estar consciente do que está sendo feito. E a armadilha é que a ajuda humanitária pode, de certa forma, ser uma espécie de vitrine usada pelos políticos. Infelizmente, é o que acontece cada vez mais.

Marcelo Lins — Algumas vezes até mesmo a Cruz Vermelha, para citar uma instituição que tem uma grande presença histórica, e já foi acusada de fazer política, quando deveria ser independente…
Jean-Christophe Rufin — Ou de ficar cega. Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, a Cruz Vermelha Internacional não compreendeu o que estava acontecendo. Ela fez visitas a campos de concentração nazistas, sem se dar conta de que não eram campos de prisioneiros, mas, sim, de campos de extermínio. E esse erro, essa falta de lucidez, não coloca em xeque a ajuda humanitária. Mas, ao contrário, impõe que se tenha um espírito crítico e uma grande lucidez. 

Marcelo Lins — Para citar dois exemplos atuais, pois neste mundo bastante tumultuado, sempre existe a necessidade de ajuda humanitária. Há duas situações que, hoje, atraem a atenção do mundo. Uma aqui ao lado, na Venezuela. Quando se fala de crise humanitária no Brasil, por exemplo, pensamos logo na Venezuela de Maduro, essa Venezuela em crise total, sem saída à vista no momento. A outra crise humanitária, bem diferente, é a guerra do Iêmen. A ONU afirma que é o maior drama humanitário da atualidade. Como você vê essas duas crises?
Jean-Christophe Rufin — São muito diferentes, claro, mas existe um ponto em comum nos dois casos: a diminuição do espaço para ajuda humanitária. Quer dizer, o espaço – principalmente para as organizações independentes, para as ONGs, esse tipo de organização – é quase inexistente nessas duas crises, porque os governos assumiram o controle total sobre essas ações. Dá para ver isso, por exemplo, na Venezuela. A questão humanitária é, em grande medida, política. Quer dizer, para a oposição é um meio de conseguir ajuda internacional e, para alguns, de permitir a entrada do apoio estrangeiro no país. Já para o governo, a ajuda humanitária só é aceitável se tiver o controle sobre ela. No final das contas, não há mais espaço.

No Iêmen, é uma situação diferente, mas ao mesmo tempo há uma forte implicação política e militar dos países vizinhos, que torna quase impossível a presença de organizações independentes ou de voluntários independentes. E essa é uma das novidades atuais. Diferentemente das guerras que vi de perto, naqueles anos finais da Guerra Fria, onde, apesar de tudo, havia um certo vácuo, e conseguíamos entrar meio clandestinamente e, no fim das contas, chegar a uma ação humanitária direta. Hoje, o espaço está muito mais restrito e a ajuda humanitária torna-se, de certa forma, refém dos políticos.

Marcelo Lins — Você acredita que o trabalho humanitário, sendo necessário, precisa se adaptar às circunstâncias atuais?
Jean-Christophe Rufin — Não dá para, numa sociedade democrática, dizer: "Esse aí a gente vai deixar morrer." Existe necessariamente algo que tem a ver com compaixão, com sofrer junto. Se as nossas sociedades ficarem, abertamente, absolutamente indiferentes à desgraça dos outros, o que vai mudar é a natureza dessas sociedades. Ou seja, somos, de certa forma, condenados a alimentar essa abordagem humanitária. Mas garantir os meios e conseguir ser eficaz, levando ajuda às vítimas, é cada vez mais difícil.

Marcelo Lins — Voltando um pouco à sua carreira, à sua vida: em um segundo momento, você se tornou diplomata, passou a representar a França. Notadamente representante da França na África – uma ex-colônia francesa – o Senegal. O que você guarda dessa experiência na África?
Jean-Christophe Rufin — Muitas frustrações, porque ser livre, principalmente para quem é escritor, que é hoje a minha atividade principal, é fundamental. Então, dá para ser livre numa série de situações, mas quando você vira diplomata, não. Fica-se submetido… A palavra de um diplomata é controlada pelo contexto político, pelas instruções recebidas. Isso foi bastante difícil para mim, porque é preciso deixar de lado as opiniões e ideias. Ao mesmo tempo é fascinante, porque é também um jeito de mergulhar numa realidade diferente e de aprender muita coisa, de conhecer muita coisa. Raymond Aron dizia que é preciso pensar do lado do poder. Isso é sempre interessante. Não quer dizer tomar o poder, mas compreender como pensa o poder, e isso é, sem dúvida, muito útil quando a gente escreve. E a diplomacia nos dá acesso a essa compreensão.

Marcelo Lins — Como vê a diplomacia hoje?
Jean-Christophe Rufin — Se você fala das redes diplomáticas, é difícil fazer um julgamento. Acho que isso sempre existiu e que está aí para manter certos laços. Se falamos da diplomacia como uma dimensão da ação política de um Estado, é claro que é crucial. O futuro do nosso continente, o futuro mesmo do nosso país, depende da forma pela qual conseguiremos, ou não, manter essa construção europeia. Há consequências reais aí. A diplomacia não é uma questão de bolinhos, colheres e gente tomando chá, mesmo que haja muito disso, mas a questão é a responsabilidade dessas pessoas e desse conjunto. No fim das contas diz respeito aos indivíduos. Diz respeito a cada um de nós, de certa forma o resultado dessas ações e dessas políticas.

Marcelo Lins — E qual é, na sua opinião, a prioridade máxima da diplomacia francesa neste momento?
Jean-Christophe Rufin — Então, eu volto à Europa, porque de certa forma é aí que as coisas acontecem. Estamos num período decisivo, porque até agora vivemos uma espécie de fortalecimento permanente, seja pelo crescimento, seja pela consolidação institucional, ou ambos, do processo de construção europeia. Agora, pela primeira vez, isso foi colocado em questão. Não faço parte dos alarmistas, não digo que está tudo indo pelos ares, mas há forças centrífugas, com a Inglaterra, claro, sua saída, mas também com as posições de um grupo de países, principalmente no leste, que colocam em questão os princípios da União Europeia. Não quer dizer que tudo vai explodir, porque fiz uma viagem recentemente ao longo do Danúbio, para explorar um pouquinho mais a posição desses países, e eles permanecem em grande medida fortemente europeus, no fundo. Mas no discurso eles sobem o tom para fazer aumentar a consideração dos outros. Mas suas economias permanecem muito europeias, suas populações também permanecem bem europeias. Ou seja, nada de pânico, mas ao mesmo tempo, acredito que entramos numa nova fase da história da Europa e o que estamos vivendo é algo totalmente novo, e será necessário proteger as conquistas desses 50 anos, que nos deram a paz, não podemos esquecer.

Marcelo Lins — Você ficou surpreso com os resultados para o Parlamento Europeu? Onde essa subida, essa chegada da extrema-direita não se confirmou totalmente, onde outros atores apareceram, ocupando espaço?
Jean-Christophe Rufin — A extrema-direita, que aliás é muito fragmentada, muito dividida, representa um grupo relativamente modesto. O Parlamento Europeu não está dividido em dois grupos nos extremos, não é verdade. O extremismo existe, cresceu, mas, felizmente até, isso não resume a paisagem política. Essa paisagem política da Europa de hoje segue composta por gente com quem dá para trabalhar, gente que quer que a Europa funcione.

Marcelo Lins — Você trabalhou no Brasil como adido cultural no final dos anos de 1980, virada para 1990, viveu aqui por alguns anos. O Brasil foi tema de alguns de seus livros, Vermelho Brasil lhe rendeu um Prêmio Goncourt, e gostaria de saber qual a sua relação com o Brasil e como começou.
Jean-Christophe Rufin — Bom, começou por acaso, já que fui nomeado adido cultural em Recife, no Nordeste, ou seja não era só Recife, mas o Nordeste todo. Não conhecia o país, não falava ainda a língua, aprendi na marra, e foi uma descoberta muito rica. Não rendeu um livro de cara, porque foram necessários vários anos. Só depois da minha volta à França, para que afinal essas lembranças brasileiras tomassem corpo, e eu sentisse a necessidade de transformá-las em livro.

Marcelo Lins — Falando um pouco do livro Vermelho Brasil, que também foi lançado aqui, saiu aqui, nos anos 2000, como foi o processo de pesquisa? Foi difícil encontrar documentos, coisas históricas sobre o período retratado e qual a sua visão do Brasil daquela época e, digamos, da aventura francesa na chamada França Antártica?
Jean-Christophe Rufin — Descobri, ao me interessar, um pouco por acaso também, essa relação entre a França e o Brasil, me dei conta da existência desse episódio. Que, aliás, não é único, teve também São Luís do Maranhão e outros lugares onde essa relação se construiu, mas aqui no Rio foi um momento muito importante, não exatamente da história política do país, porque a França não permaneceu no Brasil, não colonizou o Brasil, mas sim na história das ideias. Os franceses chegaram aqui com as ideias da época, de que os índios eram selvagens, canibais, que era preciso trazer a civilização para eles. E finalmente, nessa baía do Rio, os franceses é que se portaram que depois foi desenvolvida por Montaigne e depois por todos os filósofos iluministas, que no fundo resultou nessa ideia do bom selvagem. Que surgiu aqui, nasceu aqui, da observação dos índios, que depois vai ser idealizada. Não apenas eles não serão mais vistos como pessoas que precisavam da civilização, como também Montaigne dirá que talvez essas pessoas, esses índios, fossem mais civilizados do que nós. E houve essa mudança completa, que está na origem das ideias iluministas, de toda essa ideia do paraíso perdido, do bom selvagem. Isso nasceu no episódio que conto em Vermelho Brasil.

Marcelo Lins — Como é que você vê as relações Brasília-Paris hoje e como vê esse Brasil de hoje? Duas perguntas em uma.
Jean-Christophe Rufin — As relações com a França, neste momento, estão um pouco marcadas por uma certa desconfiança, porque creio que há uma incompreensão, do lado francês, do que está acontecendo no Brasil. Não sabemos exatamente o que está acontecendo e não entendemos. Há uma tendência hoje de lermos a situação brasileira como se estivesse no mesmo saco, digamos, do que pode acontecer em países autoritários como a Hungria, como na Itália. Ver o Brasil como um dos países que vivem uma evolução conservadora, muito nacionalista e radical. Ou seja, em vez de compreender o Brasil como algo único, ele vira apenas mais um entre outros. Acho que isso não é bom, acredito que a situação brasileira tem suas especificadas, mas os franceses as conhecem mal.

Marcelo Lins — Talvez também pelo fato de que o Brasil faz também algumas sinalizações de aproximação com a Hungria, a Polônia, a Itália de Salvini, e isso dê essa impressão.
Jean-Christophe Rufin — Sem dúvida. Jogaram essa carta, mas ao mesmo tempo, a situação, da Hungria, onde estive recentemente, não tem nada a ver, e o poder da Hungria é algo totalmente diferente. Mas isso não importa, o que quero dizer é que o que preocupa os franceses hoje e é compreensível, é o que acontece por perto, o que acontece na Europa, e a situação do Brasil é vista com os óculos da Europa, é isso. Mas há também outras coisas, que sinalizam uma incompreensão. Como a maneira francesa de encarar a ecologia – o que fez com que a recepção ao cacique Raoni, se transformasse em uma manifestação. Mais uma vez, a partir de uma preocupação com uma política bem mais global, uma preocupação nossa, que foi expressa também nas eleições, em relação ao aquecimento global, ao desaparecimento da biodiversidade, todas essas prioridades ecológicas. Colocamos o Brasil como um exemplo negativo, sem, no entanto, entender a situação específica. Acredito que haja muita incompreensão, talvez de parte a parte.

Marcelo Lins — E já que estamos nos aproximando do final dessa entrevista, gostaria de voltar um pouco à literatura, gostaria de saber qual é a sua paixão hoje, se você está escrevendo um novo livro ou sobre o que gostaria de escrever?
Jean-Christophe Rufin — Bom, hoje o essencial da minha atividade, para não dizer a totalidade, é escrever livros, sobretudo romances. É quase como uma droga. Depois que a gente experimenta – pelo menos foi assim comigo – tem grande dificuldade de voltar aos ensaios e aos livros mais técnicos. O romance tem uma grande força, na medida em que permite falar de tudo e atrair leitores que não conhecem um tema para uma problemática na qual se identifiquem com algum personagem. Isso é algo que gosto de fazer. Publico com certa regularidade, e agora acabo de terminar um livro que vai ser publicado no ano que vem e tem a ver com a montanha. Sou bastante ligado à montanha. Fisicamente, sinto necessidade…

Marcelo Lins — Você mora na montanha boa parte do ano…
Jean-Christophe Rufin — Sim, moro na montanha uma grande parte do ano, preciso do alpinismo, preciso da montanha. Sinto não ter podido escalar o Pão de Açúcar desta vez. Enfim, gosto disso. E eu tinha vontade, há anos, de escrever um livro que se passasse na montanha e com a montanha. Onde montanha fosse personagem, de verdade. Foi que acabei de fazer e será lançado no ano que vem.

Marcelo Lins — Você tem 66 anos, se não me engano. Dito isto, a ideia do tempo que passa, da nossa finitude, da morte, é algo que o preocupa? É um tema sobre o qual gostaria de escrever, ou prefere deixar de lado, ou não é algo que preocupe o escritor Jean-Christophe Rufin?
Jean-Christophe Rufin — Não, mas como médico… Comecei minha carreira como médico. Muito jovem, tive que me deparar com a morte, o sofrimento, a doença. Era o meu trabalho quando era bem jovem. Eu tinha 23 anos quando assumi minhas primeiras responsabilidades na medicina, em hospitais de Paris. Quando escolhi escrever, foi para encontrar um outro mundo, um mundo de felicidade, de luz, energia, de força. Então, é claro que eu sei, melhor do que qualquer um talvez, que a morte e o sofrimento existem, mas tento levar uma outra vida e, pelo menos nos romances, criar uma vida que seja feita de outras coisas. Mesmo sabendo, claro, como todo mundo, para onde estamos indo todos, etc… Mas o que compartilho com os outros é uma forma de otimismo e de alegria de viver.

Marcelo Lins — Então, só para acabar, por esta resposta, vemos que você não é um pessimista, e mesmo viajando muito, acumulando uma grande experiência no mundo, você viu muita coisa. O que alimenta as suas esperanças num mundo melhor do que esse no qual estamos hoje?
Jean-Christophe Rufin — Acredito que há uma única coisa que eu me proíbo de pensar, é que era melhor antes, é isso. Quer dizer, é fácil, sobretudo quando envelhecemos, de dizer que era melhor no passado, que tudo era mais fácil, mais brilhante, mais claro. Não é verdade. Não é verdade. Acabo de escrever um romance que ainda não foi traduzido para o português, mas que retoma, a partir de dois personagens, a história de cinquenta anos, dos últimos cinquenta anos. E quando a gente retoma essa história, que eu vivi, se dá conta de como a gente veio de uma sociedade que era também muito difícil. Eu nasci sete anos depois de uma guerra que matou dezenas de milhões de pessoas. Então eu rejeito essa ideia de uma volta ao passado. Acredito que temos uma espécie de condenação à nossa frente, que é uma boa condenação aliás, de enfrentar o futuro, seja ele qual for. Ele nunca é fácil e, sobretudo, nunca é conhecido. E isso é bom.

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