diálogo comum

Não há nada de mais em mensagens trocadas com o MP, afirma Sergio Moro

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14 de junho de 2019, 10h15

"A tradição jurídica brasileira não impede o contato pessoal e essas conversas entre juízes, advogados, delegados e procuradores." Com essas palavras, o ministro da Justiça, Sergio Moro, justificou a troca de mensagens com procuradores da operação "lava jato" quando era o juiz responsável pelo caso em Curitiba.

José Cruz/Agência Brasil
Mensagens reveladas pelo Intercept Brasil não passam de um diálogo comum, diz Moro em entrevista a jornal
José Cruz/Agência Brasil

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Moro diz estar absolutamente tranquilo em relação à natureza das comunicações e que não há "nada de mais" nas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Nas conversas, Moro orienta o trabalho dos procuradores e até cobra resultados da chamada força-tarefa.

Para Moro, no entanto, isso não passa de um diálogo comum entre entre juiz e Ministério Público, que não é capaz de contaminar a operação. "Até ouvi uma expressão lá de que eu era 'chefe da Lava Jato', isso é uma falsidade. (…) Não tem nada, nunca houve esse tipo de conluio", afirma.

Assim como os procuradores da operação, o ex-juiz adotou um discurso questionador em relação à validade das mensagens divulgadas. Na entrevista, ele não confirma nem desmente a veracidade das mensagens, diz não se lembrar, pois aconteceram há muitos anos. Mas faz questão de afirmar que pode existir manipulação.

"Veja, são fatos que aconteceram dois, três anos atrás. Não tenho memória de tudo. Vejo algumas coisas que podem ter sido coisas que eu tenha dito. Agora podem ter inserções maliciosas. Então fica muito complicado", afirma, completando logo em seguida que não viu nenhuma gravidade no que foi divulgado até agora.

O ministro, que teve a maior parte da imprensa ao seu lado atuando de forma sensacionalista e sem qualquer crítica, como afirmou a ex-assessoria de imprensa do próprio Moro, agora critica o modo como os veículos de comunicação estão divulgando o caso. "Acho que há muito sensacionalismo e falta uma análise mais cautelosa."

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