Vazamento de conversas

Após troca de mensagens, advogados da "lava jato" estudam recursos contra Moro

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10 de junho de 2019, 19h24

Advogados de réus da "lava jato" avaliam medidas judiciais após a divulgação pelo site The Intercept Brasil de mensagens trocadas entre o procurador Deltan Dallagnol e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, enquanto o ex-juiz ainda conduzia os processos da operação em Curitiba.

Advogado de quatro investigados da "lava jato", Michel Saliba afirmou à ConJur que aguarda os desdobramentos do caso, mas acredita que já ficou clara a perda da imparcialidade de Moro, porque nem ele, nem Dallagnol, desmentiram o conteúdo das mensagens. "Manifestar-me-ei quanto às medidas a serem adotadas muito brevemente", disse. Saliba também falou em "flagrante imoralidade" na relação entre Moro e Dallagnol.

Flávio D’Urso, defensor do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, também confirmou à ConJur que já "está estudando o tema". Vaccari foi condenado por Moro em cinco ações diferentes, totalizando 45 anos e 6 meses de prisão. Em dois processos, foi absolvido em segunda instância. Ele está detido em Curitiba desde abril de 2015.

Antonio Cruz - Agência Brasil
Antonio Cruz – Agência BrasilDefesa de Lula vai pedir a anulação da sentença no caso do triplex Guarujá

Citado nas conversas entre Moro e Dallagnol, o ex-presidente Lula também já indicou que pedirá a anulação da sentença no caso do triplex do Guarujá. A defesa vai alegar suspeição de Moro. Os argumentos serão os mesmos de um pedido de habeas corpus apresentado ao Supremo Tribunal Federal em novembro do ano passado (clique aqui para ler a íntegra do pedido).

Para Cristiano Zanin, que faz a defesa de Lula, Moro demonstrou "inimizade capital" e "interesses exoprocessuais" ao condenar o ex-presidente, o que deveria afastá-lo do processo. Um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes interrompeu o julgamento, que ainda não tem data para ser retomado.

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