CNMP instaura reclamação disciplinar contra Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon
16 de julho de 2019, 15h56
O Conselho Nacional do Ministério Público instaurou reclamação disciplinar contra os procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon. A entidade acolheu o pedido do Partido dos Trabalhadores (PT), que acusa os membros da operação "lava jato" de usar os cargos públicos para conseguir fazer palestras com cachê.
Conforme ressalta o CNMP, ainda não há nenhum julgamento de mérito. Além disso, só após a análise dessa reclamação que poderá ser instaurada uma sindicância, que foi o que o PT pediu.
Porém, o Conselho afirma que foram apresentados os requisitos para admissibilidade da reclamação.
Palestras remuneradas
A ação se refere à reportagem do jornal Folha de S.Paulo e do site The Intercept que mostra que o procurador Deltan Dallagnol teria planejado montar uma empresa para proferir palestras e outros eventos com seu colega de equipe Roberson Pozzobon.
A ideia, segundo a reportagem, era lucrar com a notoriedade da operação. O negócio, de acordo com os diálogos, seria tocado pelas mulheres dos procuradores, que apareceriam como sócias para que evitar que ambos fossem alvos de questionamentos.
De acordo com o PT, "o conteúdo das "palestras" e "aulas" aponta para um total distanciamento de magistério jurídico, uma vez que os procuradores demonstram o intento de maximização dos lucros a serem obtidos com tais atividades, inclusive por meio de “aulas” sobre coisas que envolvam como lucrar, como crescer na vida, como desenvolver habilidades de que precisa e não são ensinadas na faculdade".
"Evidente, portanto, que os procuradores atuaram como empresários, dispostos a realizar plano de negócios, assumir os riscos de lucro ou prejuízo do negócio, com o envolvimento direto com empresários para rateio de lucros, e, até mesmo, a implicação de familiares – esposas e tio – na empreitada comercial profissional", diz trecho da ação.
Clique aqui para ler a decisão do CNMP
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