Segundo o Ministério Público Federal no Tribunal de Contas da União, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) não responderam se houve ou não uma devassa nas atividades financeiras do jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, responsável pelo vazamento de mensagens entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da "lava jato".
Para o procurador Lucas Rocha Furtado, não houve resposta objetiva, positiva ou negativa, a confirmar ou afastar a suspeita de que estaria em curso procedimentos para investigar as atividades financeiras do jornalista. Na opinião dele, a resposta do Coaf dá a entender que houve devassa. Já a de Paulo Guedes, dá a entender que ele não sabe o que de fato acontece no órgão.
Disse o órgão:
Poderá ocorrer, no entanto, que o Coaf produza um RIF ao obter, por comunicação feita pela Polícia Federal, algum elemento de informação que se revele, em conjunto com informações já possuídas pelo Coaf, significativo para identificação de fundados indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro…” Em suma, nem a resposta do Ministro da Economia nem a do presidente substituto do Coaf foram claras e objetivas em responder o cerne da questão presente na representação que inaugura o feito, ou seja, saber se o jornalista Glenn Greenwald está sendo objeto de investigação
Para Furtado a resposta não contribui com o controle externo na busca dos esclarecimentos "para a grave situação retratada neste procedimento fiscalizatório, e com o devido respeito, destoam, desafinadamente, do que o relator buscou esclarecer".
O subprocurador pede que, se alguma devassa estiver está sendo feita, seja interrompida imediatamente. E que nova investigação seja feita para apurar se foi feito ou não algum procedimento contra o jornalista.