"Sou neutro"

Desembargador Thompson Flores diz não ser suspeito para julgar Lula

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10 de julho de 2019, 12h52

O desembargador Thompson Flores, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, não acolheu pedido de suspeição feito contra ele pelo ex-presidente Lula, no processo do sítio de Atibaia. O julgador foi um dos membros da turma que confirmou a condenação do petista na segunda instância. 

Paula Carrubba/Anuário da Justiça
Desembargador Thompson Flores diz que sua admiração pelo modo de trabalho de Sergio Moro não o impede de julgar LulaPaula Carubba/Anuário da Justiça 

Uma das alegações da defesa de Lula é que Rogério Galloro, diretor-geral da Polícia Federal, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que recebeu uma ligação de Flores dizendo para não soltar o ex-presidente — no dia em que o desembargador Rogério Favreto determinou a soltura do petista. 

Segundo Thompson Flores, não houve ordem por telefone, tendo apenas dito que despacharia dentro de alguns minutos. 

A defesa de Lula também afirma que as demonstrações de apreço de Flores pelo juiz Sergio Moro e seu modo de trabalhar demonstram que há suspeição no caso. 

Porém, o desembargador afirma que essa consideração pelo modo como Moro trabalhava não carrega em si nenhum juízo de valor quanto ao mérito do caso. 

"Houve a manifestação de apreço com a técnica jurídica adotada pelo órgão julgador responsável pela condução daquele processo — sem pronunciamento acerca da valoração atribuída por aquele órgão julgador aos elementos cognitivos daqueles autos (mérito); e manifestação acerca dos julgamentos possíveis àquela pretensão deduzida — juízo de procedência; juízo de improcedência; e declaração de nulidade processual", afirma. 

Clique aqui para ler a decisão. 

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