Princípio do Colegiado

Toffoli nega seguimento a HC de Battisti, que vai direto para Itália

Autor

13 de janeiro de 2019, 17h56

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, negou seguimento ao Habeas Corpus que pedia a suspensão da prisão e, consequentemente, a extradição de Cesare Battisti para a Itália, preso neste sábado (12/1) na Bolívia, após um mês foragido.

Na decisão, Toffoli afirma que a decisão do ministro Fux deve ser mantida por seus próprios fundamentos. “Todas as questões postas à apreciação, que não encerram inovação, já foram objeto de apreciação por parte do ministro Luiz Fux em sua decisão”, diz.

Toffoli reafirma ainda o posicionamento do STF pelo não cabimento de habeas corpus para o Tribunal Pleno de julgados das Turmas ou de decisão monocrática de membros da Corte. “Há um forte no princípio da colegialidade e a conclusão é de que esta impetração revela-se manifestamente incabível.

O HC foi distribuído ao ministro Luís Roberto Barroso, o que gera um certo desconforto, uma vez que foi advogado de Battisti antes de assumir o cargo de ministro da Corte. No HC, a defesa pedia que o pedido fosse analisado por Marco Aurélio, o ministro mais antigo sem impedimento. Segundo a defesa Toffoli também estaria impedido. A defesa é feita pelos advogados Pierpaolo Cruz Bottini, Igor Tamasauskas e Otávio Maziero.

Porém, presidente do Supremo, ao negar o seguimento, afirmou que não há qualquer impedimento de sua parte. De acordo com Toffoli, o fato de ter se declarado impedido no julgamento do pedido de extradição do italiano não se estende ao habeas corpus. 

Direto para a Itália
Mais cedo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou que Battisti passaria pelo Brasil antes de ser encaminhado para a Itália, o que motivou a defesa a impetrar o HC. Entretanto, autoridades italianas já informaram que ele irá direto para o país de origem.

Em nota oficial, o governo brasileiro confirmou esta informação e chamou Battisti de terrorista, mesmo sem ele nunca ter sido condenado por terrorismo. No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro já havia chamado o italiano de terrorista mais cedo. Na ânsia de ajudar na extradição, o governo chegou enviar um avião da Polícia Federal para a Bolívia, que não foi utilizado.

Leia a nota:

Nota conjunta do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Ministério das Relações Exteriores – Entrega de Cesare Battisti à Itália

O terrorista Cesare Battisti retornará diretamente da Bolívia, onde foi preso na madrugada de hoje, para a Itália, onde começará a cumprir imediatamente a pena de prisão que lhe foi cominada pela Justiça italiana. 

O Brasil ofereceu facilitar o embarque pelo território nacional e devido à urgência foi encaminhada uma aeronave da Polícia Federal brasileira à Bolívia. No entanto, optou-se pelo envio direto do prisioneiro à Itália.

O governo brasileiro se congratula com as autoridades bolivianas e italianas e com a Interpol pelo desfecho da operação de prisão e retorno de Battisti à Itália. O importante é que Cesare Battisti responda pelos graves crimes que cometeu. O Brasil contribui assim para que se faça justiça.

Clique aqui para ler a decisão.
HC 167.215

*Notícia atualizada às 19h13 do dia 13/1 para acréscimos.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!