Magistrada reconhecida

TJ-SP anuncia aposentadoria da desembargadora Kenarik Boujikian

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26 de fevereiro de 2019, 21h00

A desembargadora Kenarik Boujikian, do Tribunal de Justiça de São Paulo, vai se aposentar no próximo dia 8 de março. Sua última sessão de julgamento foi nesta segunda-feira (25/2), ocasião na qual recebeu homenagens de diversos colegas de classe.

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TJ-SPCom quase 30 anos de carreira, Kenarik Boujikian vai se aposentar do TJ-SP

A desembargadora integra a magistratura desde 1989. Em seu discurso nesta segunda, falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres para ingressar na carreira e sobre como isso mudou ao longo do tempo. "Quando entrei, eram somente 29 mulheres. Hoje, contamos com cerca de 900 e, para que isso ocorresse, houve muita luta. Não falo apenas do Judiciário, mas de todos os setores da sociedade", declarou.

Relembrando a promulgação da Constituição Federal, a desembargadora disse que pretende, "até o último momento na carreira, que o Poder Judiciário seja um instrumento concretizador das franquias constitucionais".

Trajetória
Nascida na Síria e neta de sobreviventes do Genocídio Armênio, a desembargadora integra a magistratura desde 1989 e preside a Associação dos Juízes pela Democracia (AJD). Atuou nas comarcas de Piracicaba, São Bernardo do Campo, Pilar do Sul e Cajamar. Foi promovida ao cargo de juíza substituta em 2º grau em 2011 e ao cargo de desembargadora em 2017.

É especialista em Direitos Humanos pela Escola Superior da Procuradoria Geral de São Paulo. Foi advogada da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) e procuradora do Estado. 

Processo administrativo
Com 28 anos de magistratura, Kenarik foi alvo de processo administrativo movido por um colega no próprio tribunal por ter posto em liberdade réus que estavam em prisão provisória há mais tempo do que o previsto na condenação que nem havia transitado em julgado. Por 10 votos a um, foi absolvida no CNJ, mas chegou a ser censurada pelo TJ por "ofender o princípio da colegialidade", já que as decisões foram monocráticas.

Mais recentemente, nas eleições de 2018, a desembargadora foi oficiada pelo CNJ para explicar uma foto em que aparece com uma camiseta estampada com #elenão, dizeres de oposição a Bolsonaro. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SP.

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