Presidente do PP

Rosa Weber autoriza busca e apreensão em endereços de Ciro Nogueira

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22 de fevereiro de 2019, 17h45

Atendendo a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (22/2), operação tendo como principal investigado o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI). Batizada de compensação, a operação foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. O processo corre sob sigilo e a íntegra da decisão não foi liberada. A PF investiga supostos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.

A defesa do parlamentar, feita por Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que este é mais um exemplo do que chama de direito penal do espetáculo. "O que está sendo apreendido nesta busca e apreensão é o que foi recentemente restituído pelo Supremo Tribunal em virtude de outra operação que não resultou em Ação Penal. O Supremo rejeitou a denúncia, pois baseada tão somente na palavra de outro delator", afirmou.

De acordo com ele, tal constrangimento poderia ter sido evitado com a simples intimação do senador para prestar esclarecimento. "É evidente, este sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário", enfatizou o advogado.

Cerca de 30 policiais federais cumpriram sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina (PI), Brasília (DF) e São Paulo (SP), além de intimações para colher depoimentos de envolvidos. A PF fez buscas nas casas e sedes de duas empresas ligadas ao senador.

Em setembro do ano passado, logo depois da abertura no inquérito no STF, por decisão do ministro Luiz Edson Fachin, relator da “lava jato”, endereços ligados ao senador em Teresina, no Piauí, foram alvos de operação de busca e apreensão da PF. A investigação tem como partida colaborações premiadas de executivos do grupo J&F. Em depoimentos, os colaboradores Nogueira intermediou conversas para compra de apoio político a partidos.

No pedido enviado ao Supremo, a PGR explica que, segundo investigações preliminares, parte da propina paga ao partido do parlamentar foi viabilizada por meio de doações oficiais – simuladas – e outra parte no valor de R$ 5 milhões foi paga em espécie por meio de uma pessoa ligada ao senador. No total, teriam sido pagos R$ 42 milhões em propina.

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