10 anos depois

STJ adia análise de recurso de Adriana Villela, acusada pela morte dos pais

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7 de fevereiro de 2019, 14h55

A 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça adiou  pela segunda vez, nesta quinta-feira (7/2), a análise de um recurso especial da arquiteta Adriana Villela contra decisão do Tribunal de Justiça do DF, que reconheceu indícios da participação dela na morte dos seus pais.

Adriana é acusada de ser a mandante da morte do pai, o ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral José Guilherme Villela, da mulher dele, a advogada Maria Villela e da funcionária da casa Francisca Nascimento Silva, em agosto de 2009, no apartamento da família na 113 Sul, em Brasília.

Adriana sempre negou as acusações. Entretanto, foi denunciada pela prática de triplo homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e de forma que dificultou a defesa das vítimas. A decisão da Justiça do DF determinou que Adriana Villela fosse julgada pelo Tribunal do Júri.

Acusação versus Defesa
Na sessão desta quinta-feira, o advogado de Adriana Villela, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, fez sustentação oral e criticou o trabalho “midiático excessivo”.

“Já foi comprovado que ela não estava na cena do crime. Demonstramos, ao longo do processo, por meio de uma linha do tempo, que seria impossível a Adriana estar no apartamento naquele dia. Para nós, está muito claro a inocência dela e vamos provar”, disse.

O promotor Maurício Miranda, da Procuradoria de Justiça Criminal do Ministério Público do DF e dos territórios defendeu que há indícios contra Adriana.

“Existem mais de dois mil depoimentos que reforçam a competência do julgamento ser do Tribunal do Júri de Brasília. Há provas mais que suficiente para isso”, afirmou.

Nulidade
Sob a relatoria do ministro Sebastião Reis, o recurso interposto pela defesa de Adriana pede a nulidade do processo e contesta as provas. Na prática, se o STJ acatar o pedido da defesa, Adriana Vilella não apenas escapará de um Júri popular, mas o processo poderá ser encerrado sem qualquer julgamento ou análise de provas. Quase 10 anos depois do crime, ocorrido em agosto de 2009, três pessoas foram condenadas, mas Adriana não foi julgada.

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