Ex-presidente sudanês Omar Al-Bashir é condenado a dois anos de prisão
15 de dezembro de 2019, 16h19
O Tribunal de Cartum condenou, neste sábado (14/12), o ex-presidente sudanês Omar al-Bashir a dois anos de prisão pelos crimes de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro, após ser investigado com posse ilegal de moeda estrangeira e sete milhões de euros em sua casa.
Segundo informações do jornal The Washington Post, o juiz Al-Sadeq Abdelrahman informou que a pena prevista para esse crime é de até dez anos, mas o sistema atual não permite a condenação de pessoas de mais de 70 anos. Por esse motivo, o ex-governante ficará preso em um centro de reabilitação durante dois anos.
Além disso, o tribunal ordenou o confisco de todos os bens apreendidos na residência de Omar al-Bashir. O ex-presidente tinha argumentado que o dinheiro fazia parte de um montante de U$ 25 milhões enviados pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, para ajudar o país e que o resto da quantia teria sido gasto em assuntos de interesse público.
Ahmed Ibrahim al-Tahir, um dos advogados de defesa do ex-presidente, afirmou em declarações à agência de notícias alemã DPA, no tribunal, que a defesa estuda recorrer da decisão. "O presidente não recebeu nenhum dinheiro em benefício pessoal e o julgamento decorreu em circunstâncias políticas complicadas", disse o advogado.
Outros Crimes
Omar al-Bashir é ainda acusado de crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo conflito em Darfur, que começou em 2003, após a insurgência armada de dois grupos rebeldes e que resultou em 300 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados. No entanto, o ex-Presidente ainda não foi acusado por esses crimes no Sudão.
O antigo ditador também foi acusado de violar a Constituição, mas o processo relacionado a esse caso ainda não avançou na Justiça sudanesa.
Encontrou um erro? Avise nossa equipe!