Medida ilegal

Defesa diz que prisão no caso dos hackers é para forçar delação

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10 de dezembro de 2019, 19h35

A defesa de Thiago Eliezer Martins do Santos, preso preventivamente na investigação que apura a invasão de celulares de autoridades, afirma que a manutenção da prisão preventiva é ilegal e tem como objetivo forçá-lo a fazer acordo de delação.

A defesa é feita por Thiago Vitor dos Santos Batista e agora também por Philipe Benoni, que passou a integrar a defesa de Eliezer após a homologação do acordo de colaboração premiada feito por Luiz Henrique Molição, investigado que também estava preso preventivamente e foi solto após a delação.

Thiago Eliezer é acusado de ser o mentor do grupo que invadiu os celulares das autoridades, dentre elas o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o atual ministro da Justiça, Sergio Moro. A defesa, no entanto, nega que ele tenha participado dos crimes.

Segundo a defesa, depois de seis meses de investigações, não se encontrou nada de relevante em relação ele e absolutamente nada que justifique a manutenção da prisão preventiva. Nem mesmo as perícias feitas até o momento, afirmam os advogados, conseguiram demonstrar a invasão de dispositivos de autoridades públicas por parte de Thiago Eliezer.

"Percebe-se que estão utilizando a mesma estratégia ilegal de se manter preso para forçar uma delação. Inclusive, foi encontrado uma escuta clandestina dentro da cela do nosso cliente, que está sendo alvo de investigação pela corregedoria e será objeto de perícia particular", afirmam os advogados.

A soltura imediata de Molição após o acordo, inclusive, é apontada pela defesa de Eliezer para comprovar a ausência de pressupostos legais para manutenção da prisão. "Tal fato evidencia a absoluta ausência de necessidade que justifique a necessidade da prisão. Ao final, temos certeza que será comprovada a inocência do nosso cliente", afirmam os advogados.

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