Acusações graves

Universidade entra com representação criminal contra delegado da PF

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3 de dezembro de 2019, 15h52

A Universidade Brasil ingressou nesta segunda-feira (2/12) na Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, com uma representação com fins criminais contra o delegado Cristiano Pádua da Silva, chefe da Delegacia da PF de Jales (SP). A instituição está sendo representada pelo advogado Adib Abdouni 

Reprodução/TV Globo
Entrada da universidade em Fernandópolis
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De acordo com a representação, o delegado federal "cooptou funcionários do campus Fernandópolis da Universidade Brasil para se infiltrar ilegalmente, sem prévia autorização judicial" e “movido por interesses privados, na instituição de ensino".

O delegado havia iniciado em 8 de fevereiro deste ano investigações sobre fraudes e vendas de vagas na instituição. Mesmo assim, chegou a ser contratado no dia 19 do mesmo mês, recebendo salários como professor de Direito da instituição, o que é vedado pela legislação, uma vez que, por conflitos de interesse, ele não poderia investigar a universidade sendo funcionário dela.

"Ele nem pode alegar que atuava como infiltrado porque não tinha autorização judicial para tanto", diz Abdouni. "Ele cooptou a delatora premiada Juliana da Costa, que fraudava editais para a indevida aprovação de alunos e obtenção de financiamentos pelo Fies, o ex-vice-presidente Décio Correia Lima, que foi poupado pelo delegado, furtara equipamentos e informações do Ensino à Distância”, acrescenta.

Foi Juliana, então diretora de Graduação da instituição, que viabilizou a contratação do delegado na qualidade de professor auxiliar, antes de figurar como delatora nas investigações da PF na chamada "operação vagatomia".

A contratação foi endossada por Ericson Dias Melo — à época pró-reitor de Graduação e Extensão — e Amauri Piratininga Silva — então diretor do campus  —, escrevente judiciário na 1ª Vara Estadual de Fernandópolis.

Tudo isso aconteceu entre os envolvidos enquanto todos trabalhavam na instituição de ensino. Segundo o advogado, que no final de outubro assumiu o cargo de reitor da Universidade Brasil, o delegado desencadeou em setembro a operação, com base no inquérito iniciado em fevereiro. Mas, nas investigações, isentou suspeitos como Juliana da Costa, "agindo como um verdadeiro juiz".

Na representação, Abdouni afirma que o delegado adulterou o conteúdo de depoimentos incluídos no inquérito para isentar suspeitos. 

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