Operação Tritão

PF, MPF e CGU cumprem 21 mandados de prisão em operação no porto de Santos

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22 de agosto de 2019, 9h11

Uma ação em conjunto da Controladoria-Geral da União (CGU), do  Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (22/8) a segunda fase da Operação Tritão, que investiga desvios na Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), responsável pela gestão do porto de Santos.

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Imagem aérea do porto de Santos

Nesta fase, foram expedidos 21 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca  e apreensão, que estão sendo cumpridos em Santos, São Paulo, Guarujá, Ilhabela, Bragança Paulista, Serra Negra (SP), Duque de Caxias (RJ) e em Fortaleza.

De acordo com as investigações, uma organização estaria há anos fraudando licitações e contratos públicos celebrados pela estatal, e indicam que as irregularidades causaram prejuízos de cerca de R$ 100 milhões aos cofres da empresa.

"Com base em elementos de prova obtidos da deflagração da Operação Tritão, depoimentos prestados em colaboração premiada e diante de informações fornecidas por membros da atual diretoria da empresa, a PF detalhou e esclareceu as fraudes inicialmente investigadas, além de outras que permaneceram sendo executadas mesmo após a prisão de alguns membros da organização criminosa", informou a PF em nota.

Os investigados responderão às acusações de organização e associação criminosa, fraude a licitações, corrupção ativa e passiva.

O advogado Marcelo Knopfelmacher, que defende o ex-deputado Marcelo Squassoni, um dos alvos da operação, afirmou que vai pedir a revogação da prisão, que, segundo ele, é "descabida e desnecessária". Knopfelmacher acrescetou que "não há fatos novos que justifiquem a medida".

Na primeira fase da operação, realizada em outubro do ano passado, teve como alvo licitações, supostamente fraudadas, para contratar softwares, serviços de consultoria em tecnologia da informação e digitalização de documentos.

A concorrência teria sido direcionada já na formulação dos editais, e empresas laranjas teriam participado dos certames para acobertar o suposto esquema e dar aparência de lisura ao processo.

Na ocasião, foram presos, entre outros, o então presidente da estatal, José Alex Botelho de Oliva, o superintendente jurídico, Gabriel Eufrasio, e o diretor de relações com o mercado, Cleveland Sampaio Lofrano.

Eles foram substituídos no comando da Codesp no mesmo dia, e soltos um mês depois após o juiz Fausto de Sanctis, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, conceder habeas corpus.

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